EDUCAÇÃO POPULAR E RESISTÊNCIA – UMA RELEITURA GRAMSCIANA PARA CONSTRUIR SABERES EMANCIPATÓRIOS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n2-040Keywords:
Educação Popular, Emancipação, Hegemonia, ResistênciaAbstract
Ao estudar os escritos de Antônio Gramsci, percebe-se que sua reflexão sobre a educação popular estabelece uma relação direta com as necessidades das classes menos favorecidas. Sua concepção educacional não se limita ao uso ideológico por parte das classes dominantes, mas também fornece subsídios teóricos para que as classes subalternas possam repensar e reconfigurar seus próprios caminhos rumo à emancipação. Nesse sentido, a história da educação popular, enquanto objeto desta pesquisa, pode ser analisada a partir dos desafios e tensões existentes entre as classes subalternas e as dominantes. Dessa forma, questionamos: de que maneira a educação popular pode atuar como um instrumento de resistência e emancipação das classes subalternas diante da hegemonia imposta pelas classes dominantes? Para conduzir essa análise, fundamentamo-nos nas obras de Antônio Gramsci (1980; 1981; 1982; 2001) e seus interlocutores como Brandão (2009), Del Roio (2006), Fonseca (2017), Freire (1979; 1980; 1987; 2011) e Schlesener (2016). Do ponto de vista metodológico, adotamos uma abordagem qualitativa, conforme Minayo (2016), aliada à pesquisa bibliográfica proposta por Gil (1999) e à compreensão interpretativa baseada na perspectiva de Weber (2009). Os resultados da pesquisa evidenciam que a educação popular atua como um instrumento de resistência e emancipação das classes subalternas ao promover a participação ativa dos sujeitos populares no processo educativo. A abordagem dialógica e crítica permite que os educandos reconheçam suas condições de subalternidade e desenvolvam estratégias para transformá-las. Além disso, a educação popular fortalece os movimentos sociais e organizações comunitárias, criando espaços de autonomia e luta contra a hegemonia imposta pelas classes dominantes.