CONTEXTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DURANTE A PANDEMIA NO VALE DO RIBEIRA

Resumo

O surto pandêmico da COVID-19 ocorrido em março de 2020 sobrecarregou o sistema público e privado de saúde no país, aumentando exponencialmente o número de casos de internações e óbitos. Um documento elaborado pela Síntese de Indicadores Sociais (SIS) corrobora com este cenário, apresentando uma análise das condições de vida da população brasileira 2022 em que afirma aumento de 97,6% das mortes causadas pelo vírus entre os anos de 2020 e 2021. Os profissionais de saúde que trabalhavam na linha de frente no combate à doença sofreram diretamente os impactos da pandemia, como exemplificado pelo próprio crescimento dos índices de Síndrome Gripal (SG), sendo notificados 650.456 casos em novembro de 2021, dos quais 23,6% foram confirmados para Covid-19 (Ministério da Saúde, 2021, p. 44). Ademais, segundo o mesmo documento divulgado pelo Governo Federal, a maior parte dos afetados foram técnicos/auxiliares de enfermagem (29,8%), enfermeiros e afins (16,9%) e médicos (10,8%). Outrossim, a própria saúde mental de tais profissionais tornou-se tópico de discussão, visto que Da Silva et al. (2022, p.3) defendem que cenários de sobrecarga laboral, superlotações dos ambientes de trabalho, relações interpessoais constantes e demais fatores podem influenciar diretamente no progresso de Síndrome de Burnout. A partir deste cenário, esta pesquisa se propôs a investigar o estado de saúde mental desses profissionais atuantes no vale do Ribeira antes e durante a pandemia, bem como as possíveis razões que influenciaram tal contexto. Para tanto, foi elaborado um questionário por meio do Google Forms e aplicado a 70 participantes da pesquisa. Verificou-se uma piora no estado de saúde mental desses profissionais comparativamente ao período anterior à pandemia, sendo constatado ainda que a maioria dos respondentes desenvolveu alguma doença mental decorrente do contexto social, destacando-se o estresse e a ansiedade.