FEBRE MACULOSA BRASILEIRA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA SOB A PERSPECTIVA DA SAÚDE ÚNICA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n11-279Palabras clave:
Amblyomma, Epidemiologia, Rickettsia Rickettsii, ZoonosesResumen
A Febre Maculosa Brasileira (FMB) é uma zoonose de relevância epidemiológica e sanitária causada por bactérias do gênero Rickettsia, transmitidas por carrapatos do gênero Amblyomma, principalmente A. sculptum. A doença acomete humanos e animais, manifestando-se por febre, cefaleia, mialgia e exantema, podendo evoluir para quadros graves com alta letalidade quando o diagnóstico e o tratamento são tardios. No Brasil, a FMB é endêmica nas regiões Sudeste e Sul, com maior incidência em áreas de vegetação e presença de hospedeiros amplificadores, como capivaras e gambás. A infecção ocorre por meio da picada de carrapatos infectados ou do contato direto com vetores. O diagnóstico é dificultado pela ausência de sinais patognomônicos, sendo confirmada preferencialmente pela Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), PCR e imuno-histoquímica. O tratamento baseia-se no uso imediato de doxiciclina, sem aguardar a confirmação laboratorial, o que reduz significativamente o risco de óbito. As medidas preventivas envolvem ações educativas, vigilância epidemiológica, manejo ambiental e controle de vetores. Sob a perspectiva da Saúde Única, a FMB ilustra a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental, ressaltando a importância da integração entre profissionais de diferentes áreas para o monitoramento e controle da doença. As mudanças climáticas, a expansão urbana e as alterações ecológicas intensificam o contato entre humanos, animais e vetores, reforçando a necessidade de estratégias sustentáveis e intersetoriais para prevenir surtos e reduzir os impactos da febre maculosa no Brasil.
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Referencias
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