EVOLUÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE DÍVIDA PRIVADA NO MERCADO BRASILEIRO: CRIS, CRAS E DEBÊNTURES
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n49-118Palavras-chave:
Dívida Privada, CRI, CRA, Debêntures, Mercado de CapitaisResumo
Este artigo tem como objetivo analisar a evolução dos instrumentos de dívida privada no mercado brasileiro, com ênfase nos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e debêntures. O estudo parte da constatação de que o crédito bancário, por muito tempo predominante, tornou-se insuficiente para suprir as necessidades de financiamento de longo prazo, especialmente em setores estratégicos da economia. A metodologia utilizada foi de caráter qualitativo e exploratório, baseada em pesquisa bibliográfica e documental, contemplando relatórios institucionais, artigos científicos e publicações de entidades reguladoras e autorregulatórias. Os resultados evidenciam que os CRIs foram decisivos para ampliar a securitização de recebíveis e fortalecer o mercado imobiliário, os CRAs tornaram-se fundamentais para a expansão e a competitividade do agronegócio, enquanto as debêntures se consolidaram como o principal instrumento de captação de recursos de longo prazo, sobretudo em projetos de infraestrutura. Identificou-se, contudo, que persistem entraves significativos, entre eles a baixa liquidez de alguns títulos no mercado secundário, a concentração de emissões em grandes companhias e a limitada participação de pequenas e médias empresas. Conclui-se que a consolidação plena dos instrumentos de dívida privada no Brasil dependerá do aprimoramento regulatório, da criação de incentivos que ampliem a base de investidores e da integração às práticas internacionais de sustentabilidade e governança. Dessa forma, CRIs, CRAs e debêntures configuram-se como instrumentos indispensáveis para o fortalecimento do mercado de capitais e para o desenvolvimento econômico nacional em bases sólidas e sustentáveis.
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Referências
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