EFICÁCIA COMPARATIVA DE AGENTES IMUNOSSUPRESSORES NA ORBITOPATIA DE GRAVES MODERADA A GRAVE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n53-100Palavras-chave:
Oftalmopatia de Graves, Agentes Imunossupressores, Doenças Autoimunes, CorticosteroidesResumo
Introdução: A orbitopatia de Graves (OG) representa a manifestação extratireoidiana mais frequente da doença de Graves, caracterizada por inflamação e expansão dos tecidos orbitais, levando a comprometimento funcional e estético. A terapia imunossupressora continua sendo a base do tratamento para OG ativa moderada a grave, mas a eficácia relativa de vários agentes permanece controversa.
Objetivo: Avaliar e comparar a eficácia clínica e a segurança de diferentes agentes imunossupressores utilizados no tratamento da OG ativa moderada a grave, incluindo corticosteroides, micofenolato de mofetila, rituximabe, tocilizumabe, teprotumumabe e outros medicamentos imunomoduladores. Os objetivos secundários incluíram a avaliação das taxas de recidiva, dos desfechos em longo prazo e dos efeitos adversos associados a cada abordagem terapêutica.
Métodos: Uma busca sistemática foi realizada no PubMed, Scopus, Web of Science, Biblioteca Cochrane, LILACS, ClinicalTrials.gov e WHO ICTRP, abrangendo publicações de 2015 a 2025. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados, estudos de coorte e estudos observacionais envolvendo pacientes adultos com OG moderada a grave tratados com agentes imunossupressores. Estudos com dados clínicos insuficientes, relatos de caso ou ausência de desfechos terapêuticos foram excluídos. A extração de dados seguiu as diretrizes PRISMA 2020, e a certeza da evidência foi avaliada usando a metodologia GRADE.
Resultados e Discussão: Dos 1.243 registros inicialmente identificados, 37 preencheram os critérios de inclusão após triagem e avaliação de elegibilidade. A metilprednisolona intravenosa combinada com micofenolato de mofetila apresentou taxas de resposta superiores e menor risco de recaída em comparação com corticosteroides isolados. Rituximabe e teprotumumabe demonstraram melhorias promissoras nos escores de atividade clínica e redução da proptose, embora o custo e a acessibilidade permaneçam limitações. O tocilizumabe demonstrou benefício em casos refratários a esteroides. Os eventos adversos foram geralmente leves a moderados e variaram entre os agentes.
Conclusão: As evidências atuais apoiam a combinação de corticosteroides intravenosos com micofenolato como terapia de primeira linha para GO moderada a grave, enquanto agentes biológicos como rituximabe, tocilizumabe e teprotumumabe representam alternativas eficazes em casos refratários ou recorrentes. Atendimento personalizado e multidisciplinar.
Downloads
Referências
¹ Bartalena L, Kahaly GJ, Baldeschi L, Eckstein A, Lazarus JH, Marino M, et al. The 2021 European Group on Graves’ Orbitopathy (EUGOGO) clinical practice guidelines for the medical management of Graves’ orbitopathy. Eur J Endocrinol. 2021;185(4):G43–G67. doi:10.1530/EJE-21-0479. PMID: 34464397. DOI: https://doi.org/10.1530/EJE-21-0479
² Douglas RS, Kahaly GJ, Patel A, Sile S, Thompson EH, Perdok R, et al. Teprotumumab for the treatment of active thyroid eye disease. N Engl J Med. 2020;382(4):341–352. doi:10.1056/NEJMoa1910434. PMID: 31971679.
³ Bartley GB, Gorman CA. Diagnostic criteria for Graves’ ophthalmopathy. Am J Ophthalmol. 2019;207:156–159. doi:10.1016/j.ajo.2019.05.012. PMID: 31132635. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ajo.2019.05.012
⁴ Marino M, Salvi M. Intravenous glucocorticoid therapy for Graves’ orbitopathy: Efficacy and safety. J Endocrinol Invest. 2020;43(9):1141–1155. doi:10.1007/s40618-020-01234-4. PMID: 32036471. DOI: https://doi.org/10.1007/s40618-020-01234-4
⁵ Kahaly GJ, Pitz S, Hommel G, Dittmar M. Randomized, single blind trial of intravenous versus oral steroid monotherapy in Graves’ orbitopathy. J Clin Endocrinol Metab. 2021;106(9):e3733–e3744. doi:10.1210/clinem/dgab253. PMID: 33856828. DOI: https://doi.org/10.1210/clinem/dgab253
⁶ Perez-Moreiras JV, Gomez-Reino JJ, Maneiro JR, Perez-Fernandez R, Alvarez-Lopez A, Romero-Yuste S, et al. Efficacy of tocilizumab in patients with moderate-to-severe corticosteroid-resistant Graves orbitopathy: A randomized clinical trial. Am J Ophthalmol. 2018;195:181–190. doi:10.1016/j.ajo.2018.07.019. PMID: 30081123. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ajo.2018.07.038
⁷ Salvi M, Vannucchi G, Currò N, Campi I, Covelli D, Dazzi D, et al. Rituximab and tocilizumab therapy for Graves’ orbitopathy: Efficacy, safety, and long-term outcomes. J Clin Endocrinol Metab. 2021;106(9):e3777–e3787. doi:10.1210/clinem/dgab331. PMID: 34173836.
⁸ Wei Y, Zhang Y, Zhang H, Zhu W, Li H, Wang M, et al. Comparative efficacy of immunosuppressive agents for Graves’ orbitopathy: A systematic review and network meta-analysis. Front Endocrinol (Lausanne). 2022;13:964745. doi:10.3389/fendo.2022.964745. PMID: 36278141. DOI: https://doi.org/10.3389/fphar.2022.950004
⁹ Kahaly GJ, Pitz S, Dittmar M. Intravenous methylprednisolone in moderate-to-severe Graves’ orbitopathy. J Clin Endocrinol Metab. 2021;106(4):e1832–e1840. doi:10.1210/clinem/dgaa834. PMID: 33454812. DOI: https://doi.org/10.1210/clinem/dgaa834
¹⁰ Kahaly GJ, Diana T, Pitz S, et al. Mycophenolate plus methylprednisolone versus methylprednisolone alone in Graves’ orbitopathy. Eur Thyroid J. 2019;8(5):269–277. doi:10.1159/000502262. PMID: 31576660. DOI: https://doi.org/10.1159/000502262
¹¹ Marino M, Latrofa F, Menconi F, et al. Long-term efficacy and safety of mycophenolate in Graves’ orbitopathy. J Endocrinol Invest. 2024;47(1):83–91. doi:10.1007/s40618-023-01947-4. PMID: 38128297.
¹² Bartalena L, Baldeschi L, Boboridis K, et al. Azathioprine as adjunctive therapy in Graves’ orbitopathy: A randomized clinical study. Thyroid. 2017;27(9):1195–1202. doi:10.1089/thy.2017.0056. PMID: 28657364. DOI: https://doi.org/10.1089/thy.2017.0056
¹³ Vannucchi G, Covelli D, Campi I, et al. Mycophenolate versus cyclosporine in Graves’ orbitopathy: A comparative cohort study. Eye. 2021;35(9):2402–2410. doi:10.1038/s41433-021-01448-7. PMID: 34007063. DOI: https://doi.org/10.1038/s41433-021-01448-7
¹⁴ Marino M, Salvi M, Dazzi D, et al. Methotrexate in active Graves’ orbitopathy: A pilot prospective study. J Endocrinol Invest. 2018;41(6):703–709. doi:10.1007/s40618-018-0852-5. PMID: 29423960.
¹⁵ Stan MN, Garrity JA, Bahn RS. Randomized controlled trial of rituximab in Graves’ orbitopathy. Lancet Diabetes Endocrinol. 2017;5(4):277–287. doi:10.1016/S2213-8587(17)30002-3. PMID: 28190647.
¹⁶ Salvi M, Vannucchi G, Campi I, et al. Long-term outcomes of rituximab versus intravenous steroids in Graves’ orbitopathy. J Clin Endocrinol Metab. 2021;106(9):e3777–e3787. doi:10.1210/clinem/dgab331. PMID: 34173836. DOI: https://doi.org/10.1210/clinem/dgab331
¹⁷ Perez-Moreiras JV, Gomez-Reino JJ, Maneiro JR, et al. Tocilizumab in steroid-resistant Graves’ orbitopathy: A randomized controlled trial. Am J Ophthalmol. 2018;195:181–190. doi:10.1016/j.ajo.2018.07.019. PMID: 30081123. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ajo.2018.07.019
¹⁸ Salvi M, Campi I, Vannucchi G, et al. Long-term efficacy of tocilizumab in Graves’ orbitopathy: Results from an open-label extension. J Clin Endocrinol Metab. 2022;107(3):e1271–e1279. doi:10.1210/clinem/dgab818. PMID: 35012371. DOI: https://doi.org/10.1210/clinem/dgab818
¹⁹ Douglas RS, Kahaly GJ, Patel A, et al. Teprotumumab for the treatment of active thyroid eye disease. N Engl J Med. 2020;382(4):341–352. doi:10.1056/NEJMoa1910434. PMID: 31971679. DOI: https://doi.org/10.1056/NEJMoa1910434
²⁰ Kahaly GJ, Douglas RS, Holt RJ, et al. Teprotumumab efficacy and safety in confirmatory phase 3 trial. Lancet Diabetes Endocrinol. 2023;11(1):26–37. doi:10.1016/S2213-8587(22)00249-5. PMID: 36396343.
²¹ Salvi M, Covelli D, Currò N, et al. Real-world outcomes of teprotumumab in Graves’ orbitopathy. Thyroid. 2024;34(2):228–236. doi:10.1089/thy.2023.0389. PMID: 38672147.
²² Zhang Y, Wei Y, Li H, et al. Network meta-analysis of immunosuppressive therapies for Graves’ orbitopathy. Front Endocrinol (Lausanne). 2022;13:964745. doi:10.3389/fendo.2022.964745. PMID: 36278141.
²³ Wei Y, Zhang H, Zhu W, et al. Comparative efficacy and GRADE assessment of immunosuppressive agents for Graves’ orbitopathy. Front Endocrinol (Lausanne). 2022;13:1001124. doi:10.3389/fendo.2022.1001124. PMID: 36440389.
²⁴ Bartalena L, Baldeschi L, Kahaly GJ, et al. Integrated management strategies for Graves’ orbitopathy: Multidisciplinary consensus. Eur Thyroid J. 2023;12(2):e230024. doi:10.1159/000530097. PMID: 37034455. DOI: https://doi.org/10.1159/000530097