ANÁLISE CRÍTICA SOBRE O CRESCIMENTO DOS DIAGNÓSTICOS DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA À LUZ DOS AVANÇOS CIENTÍFICOS: AVANÇO NA IDENTIFICAÇÃO OU AUMENTO DA PREVALÊNCIA?
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n47-110Palavras-chave:
Transtorno do Espectro Autista, Diagnóstico, Critérios Diagnósticos, Prevalência, NeurodesenvolvimentoResumo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem se destacado nas últimas décadas por um crescimento expressivo no número de diagnósticos em nível global. Tal fenômeno levanta questionamentos sobre se esse aumento reflete um crescimento real na prevalência da condição ou se está majoritariamente relacionado à evolução dos critérios diagnósticos e à melhoria dos métodos de identificação clínica. Este estudo tem como objetivo investigar em que medida os avanços científicos, metodológicos e sociais têm influenciado os índices diagnósticos de TEA, em detrimento de um aumento efetivo da incidência. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com abordagem qualitativa e caráter exploratório. Foram analisados artigos científicos, diretrizes e documentos oficiais publicados entre 2000 e 2024, disponíveis em bases como PubMed, Scopus, SciELO, Lilacs e Web of Science. Os dados foram analisados à luz das transformações observadas nos manuais diagnósticos, como o DSM-5, bem como de registros epidemiológicos internacionais, como os do Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Os resultados apontam que mudanças significativas nos critérios classificatórios, maior capacitação de profissionais da saúde, ampliação do acesso aos serviços de avaliação, além do aumento da conscientização da sociedade e das famílias sobre o transtorno, são fatores determinantes para a elevação no número de diagnósticos. Ainda, destaca-se a inclusão de manifestações mais sutis do espectro, como casos leves e atípicos, que anteriormente passavam despercebidos. Embora não se possa descartar totalmente o papel de fatores ambientais e epigenéticos no aumento da prevalência, o principal fator responsável pela elevação dos diagnósticos de TEA está relacionado aos avanços técnico-científicos e à maior sensibilidade dos sistemas de saúde para a identificação precoce e precisa do transtorno.