ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL PARA HOMENS TRANS: DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE INCLUSÃO NO SUS
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n47-013Palavras-chave:
Acesso aos Serviços de Saúde, Direitos Reprodutivos, Gravidez, Identidade de Gênero, Saúde TransgêneroResumo
Introdução: A identidade de gênero influencia significativamente a experiência reprodutiva de homens trans, especialmente no acesso ao pré-natal. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) garante esse direito, mas ainda há desafios na adaptação das políticas públicas para atender essa população de forma adequada. A cisnormatividade presente nos serviços de saúde dificulta a inclusão de gestantes que possuem o sexo biológico feminino, mas que não se identificam com o gênero designado ao nascimento, resultando em barreiras institucionais e sociais. Além disso, a falta de capacitação dos profissionais e a escassez de diretrizes específicas aumentam a vulnerabilidade dos homens trans durante a gestação, afetando tanto a sua saúde física quanto mental. Objetivo: analisar as barreiras enfrentadas por homens trans no acesso ao pré-natal e discutir estratégias para tornar o SUS mais inclusivo e acessível. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, realizada por meio da busca de artigos científicos, teses, dissertações e documentos técnicos em bases de dados como PubMed, SciELO, LILACS e Google Acadêmico. Foram utilizados descritores relacionados à saúde reprodutiva de homens trans e pré-natal inclusivo. Os critérios de inclusão envolveram publicações dos últimos 8 anos (2017-2025), disponíveis na íntegra e escritas em português, inglês ou espanhol. Os dados foram analisados qualitativamente, buscando identificar padrões e recomendações para melhorar o atendimento no SUS. Resultados e Discussão: Os achados demonstraram que a atenção ao pré-natal para homens trans no Brasil ainda é precária, devido à ausência de protocolos específicos e ao despreparo dos profissionais de saúde. O medo da discriminação e a intensificação da disforia de gênero durante a gestação afastam muitos homens trans do acompanhamento adequado, aumentando os riscos obstétricos e psicológicos. Estratégias como capacitação profissional, adoção de linguagem neutra, criação de ambientes acolhedores e suporte psicológico foram identificadas como fundamentais para a inclusão dessa população no pré-natal. Além disso, a experiência internacional mostra que políticas públicas voltadas para a diversidade de gênero melhoram significativamente a adesão e a qualidade do atendimento. Conclusão: A inclusão de homens trans nos serviços de pré-natal do SUS é um desafio que exige mudanças estruturais e culturais. A criação de diretrizes específicas, o investimento na formação de profissionais e o fortalecimento da pesquisa científica sobre a saúde reprodutiva trans são fundamentais para garantir um atendimento mais humanizado e equitativo. Apenas com ações concretas será possível assegurar que essa população tenha acesso a um cuidado pré-natal digno, promovendo a equidade no sistema de saúde brasileiro.