Estudo da Influência da Prática Regular de HidroginásticaSobre a Flexibilidade Articular de portadora de Fibrodisplasia Ossificante Progressiva (FOP): Um Estudo de Caso Único
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv15n38-023Palavras-chave:
Fibrodisplasia Ossificante Progressiva (FOP), Hidroginástica, Goniometria, Articulação, FlexibilidadeResumo
Fibrodisplasia Ossificante Progressiva (FOP), com 700 casos no mundo, é uma desordem genética cromossômica (2q23-24), ocasionada por mutação espontânea no gene ACVR1, transformando células endoteliais em osso, restringindo os movimentos e a vascularização dos músculos afetados pela neoformação óssea. Como não existem terapias específicas, objetivou-se identificar os efeitos de um programa de exercícios de hidroginástica em alguns indicadores de funcionalidade e estruturação corpórea, visando-se proporcionar melhor qualidade de vida aos portadores. A pesquisa foi um estudo de caso intrínseco, descritivo, quantitativo, do tipo investigação-ação, com uma voluntária portadora de FOP. Organizou-se um grupo multiprofissional para caracterização das condições fisiológicas e antropométricas e elaboração de um programa de exercícios de hidroginástica. Foram realizadas, de janeiro a julho de 2014, durante 3 dias por semana, um total de 50 sessões de hidroginástica de 50 minutos cada, para verificação de efeitos sobre variáveis antropométricas e de flexibilidade articular. Considerando a avaliação dos efeitos do programa de exercícios de hidroginástica na flexibilidade, os resultados revelaram que as amplitudes das articulações do ombro direito, do ombro esquerdo, do punho esquerdo, do joelho esquerdo, do tornozelo direito e do tornozelo esquerdo não se alteraram; as articulações cotovelo direito, cotovelo esquerdo, punho direito e joelho direito aumentaram o ângulo de flexão. Quanto à amplitude das articulações, foi possível constatar ganhos na amplitude das articulações não totalmente calcificadas pela doença, o que sugere que alguns exercícios de mobilidade articular podem ser benéficos em portadores de FOP. O estudo realizado é único, sem grupo controle e, sendo um estudo de caso de uma voluntária com uma doença de progressão mais rápida na idade em que a mesma se encontra, dificulta a interpretação dos resultados. Os resultados obtidos são inesperados e opostos aos frequentemente obtidos com indivíduos saudáveis ou com outras patologias. Assim, este estudo sugere que este programa de exercícios físicos de hidroginástica em portadores de FOP poderá ser indicado, sendo necessários mais estudos aprofundados para confirmação destes resultados ou para identificar o tipo de exercício mais recomendado para estes portadores.