Identificação de importantes variáveis clínicas para o curso severo da COVID-19 em âmbito hospitalar: revisão sistemática

Resumo

A infecção pelo novo coronavírus transformou o mundo a partir de 2019. A gravidade desta síndrome respiratória causada pelo SARS-Cov-2 possui divergentes opiniões sobre as causas de agravos e óbitos. O objetivo deste estudo foi identificar no perfil sociodemográfico e clínico fatores que estejam possivelmente relacionados aos casos de COVID-19 que levam a internação. Trata-se de uma revisão sistemática, na qual a estratégia de busca foi definida pelo acrônimo PECOS. A busca foi realizada nas bases científicas referenciais: MEDLINE via PubMed, Cochrane Library da Cochrane e; em bases específicas: EMBASE via Elsevier e LILACS. Foram incluídos estudos observacionais do tipo coorte prospectivo sem o uso de filtros. A exposição foi considerada como internação por COVID-19 com testagem positiva e os indivíduos não expostos foram aqueles internados com suspeita não confirmada. O monitoramento das coortes realizados pelos estudos durou em média 77,6±54,8 dias. O tempo médio de infecção dos pacientes foi de 9,5±22,32 dias com um período de isolamento médio de 9,5±4,81 dias. Os sintomas comumente apresentados pelo grupo exposição foram: febre 787 (2,84%) casos, dor de cabeça 658 (2,37%) casos, tosse, dor de garganta, diminuição do apetite, cefaléia, diarréia. Fatores como a idade, 41,16±11,27 anos; a ocupação não essencial, (79,79%) e a escolaridade média e baixa foram evidentes ao grupo exposição. As doenças respiratórias (0,22%), p= 0.045 e doença renal crônica (0,08%), p= 0.038 foram características do perfil clínico para os indivíduos expostos. Conclui-se que indivíduos com sintomas gripais característicos e diarreia, com o perfil de idade adulta não idosa, menor escolaridade, com ocupação não essencial e que possuem características de doenças respiratórias e doença renal crônica estejam mais propensos a internação por COVID-19.