PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE SIFÍLIS CONGÊNITA NO BRASIL: ANÁLISE DOS CASOS ENTRE 2019 E 2023
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv15n42-065Palavras-chave:
Sífilis Congênita, Epidemiologia, BrasilResumo
INTRODUÇÃO: A sífilis congênita (SC) é uma doença infectocontagiosa, de notificação compulsória, causada pela bactéria Treponema pallidum, considerada evento sentinela da qualidade da assistência pré-natal e responsável por desfechos desfavoráveis como óbito fetal ou perinatal, prematuridade, baixo peso ao nascer, lesões neurológicas e outras sequelas, bem como importantes custos diretos e indiretos em saúde pública. OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico da sífilis congênita no estado do Piauí nos anos de 2019 a 2023. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico de abordagem quantitativa, com base nos dados obtidos no Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) de casos de SC notificados no período de 2019 a 2023, considerando as variáveis: ano de notificação, macrorregiões, realização de acompanhamento pré-natal e faixa etária de diagnóstico, buscando identificar padrões epidemiológicos e associações entre as variáveis estudadas. RESULTADO E DISCUSSÃO: Entre 2019 e 2023, a análise da sífilis congênita no Brasil mostra alta prevalência de casos recentes, com desigualdades regionais e falhas no pré-natal e no tratamento dos parceiros. Mesmo com 82,3% de gestantes em acompanhamento pré-natal, a falta de tratamento para 49,7% dos parceiros promove reinfecção e transmissão vertical. A alta taxa de natimortos e abortos (3,9%) evidencia o impacto da sífilis não tratada, indicando a necessidade de fortalecer o pré-natal, garantir o tratamento dos parceiros e adaptar a vigilância conforme as demandas regionais. CONCLUSÃO: Conclui-se que a sífilis congênita continua a ser um problema crítico de saúde pública no Brasil, agravado pela baixa adesão ao tratamento dos parceiros e pelas disparidades regionais no acesso à saúde. Embora a maioria das gestantes realize pré-natal, a falta de tratamento integral compromete o controle da transmissão vertical e resulta em consequências graves, como natimortos e abortos. Para enfrentar esse desafio, é necessário fortalecer o pré-natal e incluir o parceiro no tratamento, com políticas de saúde pública que garantam monitoramento e atendimento adequados em todas as regiões.