TRAUMA ABDOMINAL EM PEDIATRIA: TOMADA DE DECISÃO ENTRE LAPAROTOMIA E MANEJO CONSERVADOR
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n55-080Palavras-chave:
Lesões Abdominais, Criança, Laparotomia, Tratamento ConservadorResumo
Introdução: O trauma abdominal representa uma importante causa de morbidade e mortalidade em crianças, e determinar se o manejo operatório ou conservador é mais apropriado continua sendo um desafio crítico no cuidado moderno ao trauma pediátrico. A decisão é dificultada por características anatômicas específicas da idade, respostas hemodinâmicas variáveis e métodos diagnósticos em constante evolução.
Objetivo: O principal objetivo desta revisão é avaliar as evidências atuais sobre a tomada de decisão entre laparotomia e manejo conservador no trauma abdominal pediátrico. Os objetivos secundários incluem analisar os desfechos associados a cada estratégia, avaliar considerações específicas por órgão, examinar perfis de complicações, revisar preditores de falha do manejo não operatório e identificar lacunas para pesquisas futuras.
Métodos: Foi realizada uma busca sistemática nas bases PubMed, Scopus, Web of Science, Cochrane Library, LILACS, ClinicalTrials.gov e WHO ICTRP. Estudos publicados nos últimos cinco anos foram considerados elegíveis, com extensão para dez anos apenas se menos de dez estudos atendessem aos critérios. Estudos em humanos foram priorizados, enquanto evidências em animais ou in vitro foram catalogadas separadamente quando relevantes. Dois revisores independentes realizaram a triagem de títulos, resumos e textos completos seguindo a metodologia PRISMA. A extração de dados seguiu um formulário padronizado, e o risco de viés foi avaliado usando RoB 2, ROBINS-I ou QUADAS-2, conforme apropriado. A certeza da evidência foi graduada utilizando a abordagem GRADE.
Resultados e Discussão: Um total de 18 estudos atendeu aos critérios de inclusão e foi analisado. As evidências sugerem que o manejo conservador é seguro e eficaz em crianças hemodinamicamente estáveis, especialmente em lesões de órgãos sólidos, enquanto a laparotomia permanece essencial em casos com sinais claros de peritonite, hemorragia incontrolável ou falha do tratamento não operatório. Entre os estudos, a variabilidade nos protocolos de imagem, gradação das lesões e limiares institucionais para cirurgia contribuiu para a heterogeneidade.
Conclusão: As evidências atuais apoiam uma abordagem seletiva, na qual o manejo não operatório é preferido para pacientes pediátricos estáveis, enquanto a laparotomia é reservada para complicações específicas ou deterioração clínica. A padronização de vias diagnósticas, gradação das lesões e protocolos de monitoramento pode melhorar os desfechos e reduzir cirurgias desnecessárias. Pesquisas futuras devem enfatizar delineamentos prospectivos multicêntricos e padrões uniformes de relato.
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