EVIDÊNCIAS ATUAIS SOBRE O USO DA MELATONINA NA INSÔNIA PRIMÁRIA EM COMPARAÇÃO AOS BENZODIAZEPÍNICOS
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n54-139Palavras-chave:
Melatonina, Insônia Primária, Benzodiazepínicos, Terapia do Sono, Farmacologia ClínicaResumo
A insônia primária é um dos distúrbios do sono mais prevalentes na população adulta, caracterizando-se pela dificuldade em iniciar ou manter o sono, resultando em prejuízos significativos para a saúde, o desempenho cognitivo e a qualidade de vida. Os benzodiazepínicos e os agonistas dos receptores GABA-A, conhecidos como Z-drugs, são amplamente utilizados no tratamento farmacológico da insônia, porém seu uso prolongado está associado a tolerância, dependência e comprometimento cognitivo. A melatonina, hormônio endógeno responsável pela regulação do ciclo sono-vigília, tem sido estudada como alternativa terapêutica segura e fisiológica. Este estudo teve como objetivo analisar as evidências científicas mais recentes sobre a eficácia e a segurança da melatonina e de seus agonistas melatoninérgicos em comparação aos benzodiazepínicos no tratamento da insônia primária. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, baseada em artigos publicados entre 2015 e 2025 nas bases PubMed, SciELO, ScienceDirect e Scopus. Os resultados demonstraram que a melatonina apresenta eficácia moderada na indução e manutenção do sono, com perfil de segurança superior e ausência de potencial de dependência, configurando-se como alternativa terapêutica adequada, especialmente para idosos e pacientes polimedicados. Conclui-se que a melatonina representa uma opção farmacológica promissora, eficaz e segura para o manejo da insônia primária, contribuindo para práticas clínicas mais racionais e alinhadas à medicina baseada em evidências.
Downloads
Referências
ATKIN, T. et al. Agomelatine for the treatment of generalized anxiety disorder: a systematic review and meta-analysis. Journal of Affective Disorders, v. 235, p. 141–150, 2018.
AULD, F. et al. Evidence for the efficacy of melatonin in the treatment of primary adult sleep disorders. Sleep Medicine Reviews, v. 34, p. 10–22, 2017.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 510, de 7 de abril de 2016. Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
CARDINALI, D. P. et al. Assessing the efficacy of melatonin to curtail benzodiazepine/Z drug abuse. Pharmacological Research, v. 109, p. 12–23, 2016.
CHEUNG, J. M. Y. et al. Comparative short-term safety and efficacy of hypnotics: a quantitative risk–benefit analysis. Journal of Sleep Research, e14088, 2023.
CRESCENZO, F. et al. Comparative effects of pharmacological interventions for insomnia disorder in adults: a systematic review and network meta-analysis. The Lancet, v. 400, p. 170–184, 2022.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
HASSINGER, A. B. et al. Selecting a pharmacotherapy regimen for patients with chronic insomnia. Expert Opinion on Pharmacotherapy, v. 21, n. 8, p. 1035–1043, 2020.
KIM, H. K.; YANG, K. Melatonin and melatonergic drugs in sleep disorders. Translational and Clinical Pharmacology, v. 30, p. 163–171, 2022.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
MORERA-FUMERO, A.; FERNÁNDEZ-LÓPEZ, L.; ABREU-GONZÁLEZ, P. Melatonin and melatonin agonists as treatments for benzodiazepines and hypnotics withdrawal in patients with primary insomnia. Drug and Alcohol Dependence, n. 107994, 2020.
OXFORD CENTRE FOR EVIDENCE-BASED MEDICINE. Levels of Evidence (March 2011). University of Oxford, 2011. Disponível em: https://www.cebm.ox.ac.uk/resources/levels-of-evidence. Acesso em: 23 nov. 2025.
PARK, Y.-M. et al. Efficacy and safety of prolonged-release melatonin for primary insomnia in elderly patients. Chronobiology in Medicine, v. 5, n. 1, p. 25–33, 2023.
RIEMANN, D. et al. European guideline for the diagnosis and treatment of insomnia. Journal of Sleep Research, v. 26, n. 6, 2017.
SALAHUB, C. et al. Melatonin for insomnia in medical inpatients: a narrative review. Journal of Clinical Medicine, v. 11, n. 4, 2022.
SCHROECK, J. L. et al. Review of safety and efficacy of sleep medicines in older adults. Clinical Therapeutics, v. 38, n. 11, p. 2340–2372, 2016.
VIGO, D. E.; CARDINALI, D. P. Melatonin and benzodiazepine/Z-drug abuse. In: CARDINALI, D. P. (ed.). Psychiatry and Neuroscience Update. Cham: Springer, 2018. p. 233–248.
WANG, L. et al. A network meta-analysis of the long- and short-term efficacy of sleep medicines in adults and older adults. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, v. 131, p. 489–496, 2021.
WHITTEMORE, R.; KNAFL, K. The integrative review: updated methodology. Journal of Advanced Nursing, v. 52, n. 5, p. 546–553, 2005.