SISTEMAS DE SAÚDE E DETERMINANTES SOCIAIS: ARTICULAÇÃO DE POLÍTICAS INTERSETORIAIS PARA REDUZIR INIQUIDADES E MELHORAR INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS

Resumen

Os determinantes sociais da saúde (DSS) influenciam diretamente a qualidade de vida, os riscos de adoecimento e os desfechos em saúde, ao englobarem fatores como educação, renda, habitação, ambiente e relações sociais. No Brasil, apesar da criação do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1988 e de sua proposta de universalidade, integralidade e equidade, persistem iniquidades relacionadas a desigualdades regionais e sociais. A articulação intersetorial, envolvendo setores como educação, saneamento, habitação e assistência social, mostra-se essencial para reduzir desigualdades e melhorar indicadores epidemiológicos. Este trabalho tem como objetivo analisar a relação entre sistemas de saúde e determinantes sociais, com foco na articulação de políticas intersetoriais voltadas à redução das iniquidades e à melhoria dos indicadores epidemiológicos. Para isso, realizou-se uma revisão integrativa da literatura, baseada nos referenciais de Mendes, Silveira e Galvão (2019). Foram incluídos artigos publicados entre 2000 e 2025, em português, inglês e espanhol, disponíveis na íntegra e relacionados à temática. A busca foi realizada em bases como PubMed/MEDLINE, SciELO, LILACS, Web of Science e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Excluíram-se editoriais, resenhas, cartas ao editor e estudos fora do período ou duplicados. A análise seguiu etapas de seleção, extração e síntese dos dados, com resultados apresentados em formato narrativo, tabelas e figuras. A revisão evidenciou que os DSS exercem papel decisivo na configuração das desigualdades em saúde, exigindo políticas integradas que ultrapassem a esfera biomédica. Experiências nacionais e internacionais demonstram que a intersetorialidade contribui para a redução da mortalidade infantil, o enfrentamento de doenças negligenciadas e a diminuição da carga das doenças crônicas não transmissíveis. Contudo, desafios como a fragmentação de políticas, a falta de financiamento adequado e as barreiras de governança limitam os avanços. Conclui-se que a efetivação de ações intersetoriais articuladas ao SUS é condição essencial para enfrentar vulnerabilidades históricas, reduzir desigualdades e consolidar a equidade como princípio estruturante da saúde pública.