EDUCAÇÃO EM PERSPECTIVA: COMPARATIVO TEMPORAL DE INDICADORES ESCOLARES E DE SAÚDE ENTRE REDES PÚBLICA E PRIVADA EM FORTALEZA (2009–2019)
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n49-053Palavras-chave:
Escola pública, Adolescência, Desigualdade, Saúde escolar, PeNSEResumo
Este estudo analisou a evolução temporal dos indicadores de comportamento violento, exposição à violência, saúde mental e ambiente escolar entre estudantes do 9º ano em Fortaleza, comparando as redes pública e privada entre 2009 e 2019, com base na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE). Os dados revelam redução na iniciação sexual precoce (escolas públicas: 34,0% para 28,2%; privadas: queda de 20,6%) e no uso de preservativo (pública: -10%; privada: -7,6%). O envolvimento em brigas físicas caiu mais nas escolas privadas (-20,8%) do que nas públicas (-13,8%). A violência sexual aumentou em ambas as redes, com maior crescimento na pública (+15%). Os problemas de saúde mental cresceram 36,1% nas escolas públicas e 24,7% nas privadas. O acesso a serviços de saúde aumentou em ambas. A orientação sobre DSTs caiu entre 2009 e 2012, mas se recuperou até 2019 (pública: 87,5% para 85,2%). A promoção de alimentação saudável avançou significativamente na rede pública (51,7% para 73,0%). Conclui-se que, apesar dos avanços, a rede pública permanece mais vulnerável, exigindo reforço nas políticas públicas escolares. Programas como o PSE devem ser fortalecidos para garantir equidade no acesso a saúde, informação e proteção. As diferenças estruturais entre as redes refletem as desigualdades sociais e demandam respostas intersetoriais articuladas.