A POESIA INDIGENISTA, UMA ANÁLISE DA CAPACIDADE DE CRIAÇÃO E ADAPTAÇÃO NAS RECOPILAÇOES DE JOSÉ MARIA ARGUEDAS
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n48-093Palabras clave:
Métrica, Verso, Personificação, Poema quéchuaResumen
O quéchua ou kechwa sofreu pouca alteração nos tempos da colônia, adicionando e quechualisando algumas palavras do espanhol. Ainda assim, permanecem perceptíveis, contemporaneamente, algumas de suas características do século XVII, comentadas pelo Inca Garcilaso de la Vega nos Comentarios Reales de los Incas (1985). No presente artigo, desenvolvemos uma análise da métrica dos poemas quéchuas escritos por Arguedas (1986) que, ao realizar um trabalho etnográfico, coletou músicas transmitidas oralmente pelo Ande peruano das regiões de Ayacucho, Apurímac e Huancavelica e os transfigurou para uma literatura escrita através de poemas, levando em consideração que um texto poético oral (Zumthor, 1991), na medida em que deve ser dito e não escrito, rejeita, mais que o texto escrito, qualquer análise, porque a poesia oral é viva, mutável e facilmente adaptável a diferentes situações a depender do performer, o que dificulta a sua análise. Para Chociay (1974), a métrica é importante para diferenciar o que está escrito em verso e apresenta características distintas de outros tipos de composição. Neste trabalho, desenvolvemos um estudo de dentro para fora do poema, a fim de observarmos se os versos quéchuas se adequam a algum sistema de contagem (padrão agudo ou grave), levando em consideração que o metro é a extensão de uma linha poética e está marcada por sílabas longas ou tônicas e sílabas átonas entre elas. Também observamos a relação do homem com a natureza através da personificação dos elementos da natureza nessa produção literária.