PERDA AUDITIVA OCUPACIONAL PROVOCADA POR RUÍDO

Autores/as

  • Rodrigo Andrade dos Santos Autor/a
  • Vanusa Moraes de Andrade Autor/a

DOI:

https://doi.org/10.56238/levv15n43-088

Palabras clave:

Audiometria, Hipoacusia, Perda auditiva provocada por ruído, Perda auditiva ocupacional, Vibração, Saúde ocupacional

Resumen

Ao estudar as perdas auditivas induzidas por ruídos, é fundamental considerar que existem outros agentes causadores que podem não apenas provocar perdas auditivas independentemente da exposição ao ruído, mas também potencializar seus efeitos quando combinados com ele. Entre esses agentes, destacam-se a exposição a determinados produtos químicos, as vibrações e o uso de alguns medicamentos, que podem amplificar os danos à audição.

A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) é uma das principais doenças ocupacionais, resultante da exposição prolongada a altos níveis de ruído em ambientes de trabalho. Essa condição, do tipo neurossensorial, é geralmente bilateral, irreversível e progressiva ao longo do tempo de exposição. O PAIR ocorre devido a danos permanentes nas células sensoriais da cóclea e pode estar associado ou não à presença de substâncias químicas no ambiente laboral. Seus impactos incluem dificuldades de comunicação, redução da qualidade de vida do trabalhador e aumento do risco de acidentes.

Diversos termos podem ser utilizados como sinônimos de Perda Auditiva Induzida por Ruído, incluindo: perda auditiva por exposição ao ruído no trabalho, perda auditiva ocupacional, surdez profissional, disacusia ocupacional, perda auditiva induzida por níveis elevados de pressão sonora, perda auditiva induzida por ruído ocupacional e perda auditiva neurossensorial decorrente de exposição contínua ou súbita a altos níveis de pressão sonora de origem ocupacional.

Morata e Lemasters (2001) sugeriram a adoção do termo “perda auditiva ocupacional” por ser mais abrangente. Esse termo reconhece o ruído como o agente causal mais comum, mas também considera outros fatores que podem contribuir para perdas auditivas, abrangendo aspectos como diagnóstico, medidas preventivas, limites de segurança e questões legislativas.

Harger; Barbosa-Branco (2004), destacam que os principais fatores que influenciam o risco de PAIR incluem as características físicas do ruído, como seu tipo, espectro e nível de pressão sonora, a duração da exposição e a suscetibilidade individual de cada trabalhador. Além disso, que o risco de perda auditiva aumenta significativamente quando a exposição média ao ruído ultrapassa 85 dB(A) durante oito horas diárias (BRASIL, 2006).

Exposições contínuas a ruídos são mais prejudiciais do que as intermitentes. Contudo, curtas exposições a níveis intensos de ruído também podem causar perdas auditivas. Assim, ao analisar o uso de protetores auditivos no histórico ocupacional do trabalhador, é essencial considerar aspectos relevantes, como a efetiva atenuação do ruído proporcionada pelo equipamento, verificando se a proteção auditiva era adequada para a exposição; as características individuais do trabalhador; e as condições reais de exposição ao ruído no ambiente de trabalho (BRASIL, 2006).

A exposição ocupacional intensa ao ruído pode resultar em diferentes tipos de danos auditivos, incluindo o trauma acústico (perda súbita de audição devido a uma única exposição a ruído intenso), alteração temporária do limiar (elevação temporária do limiar de audibilidade, que se recupera gradualmente após a exposição ao ruído), e a Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE), caracterizada pela degeneração das células ciliadas do Órgão de Corti.

A presença de outros fatores, como vibração, calor e determinados agentes químicos no ambiente e nos processos de trabalho, pode influenciar o desenvolvimento da perda auditiva ao interagir com os níveis de pressão sonora ocupacional (BRASIL; ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2001).

Programas como o Programa de Conservação Auditiva (PCA) são essenciais para prevenir Perdas Auditivas Ocupacionais (PAO). Eles combinam fiscalização, promoção da saúde auditiva e treinamento para o uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Além disso, medidas como o uso de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), modernização e manutenção de máquinas ajudam a reduzir a exposição ao ruído.

A educação em saúde e campanhas de conscientização também são cruciais, oferecendo cursos sobre os riscos do ruído e substâncias químicas e instruindo sobre o uso correto de EPIs. Essas ações preservam a saúde auditiva, melhoram a qualidade de vida e promovem a segurança no trabalho.

Publicado

2024-12-22

Cómo citar

DOS SANTOS, Rodrigo Andrade; DE ANDRADE, Vanusa Moraes. PERDA AUDITIVA OCUPACIONAL PROVOCADA POR RUÍDO. LUMEN ET VIRTUS, [S. l.], v. 15, n. 43, p. 8780–8800, 2024. DOI: 10.56238/levv15n43-088. Disponível em: https://periodicos.newsciencepubl.com/LEV/article/view/2463. Acesso em: 31 jan. 2025.