OS PREJUÍZOS DO DIAGNÓSTICO TARDIO EM MULHERES AUTISTAS

Resumo

Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresenta manifestações heterogêneas que variam em intensidade e forma de expressão. Em mulheres, o diagnóstico tende a ser tardio devido a fatores como camuflagem social, estereótipos de gênero e limitações dos instrumentos diagnósticos, historicamente baseados em padrões masculinos. Metodologia: Este estudo caracteriza-se como uma revisão narrativa da literatura, realizada em bases de dados nacionais e internacionais entre 2015 e 2024, com seleção de artigos, dissertações e relatórios institucionais que abordaram especificamente o impacto do diagnóstico tardio em mulheres com TEA. Resultados: Os estudos apontaram que muitas mulheres autistas são diagnosticadas apenas na vida adulta, após trajetórias marcadas por sofrimento psíquico, isolamento, ansiedade, depressão e baixa autoestima, além de prejuízos acadêmicos e profissionais decorrentes da falta de suporte precoce e de diagnósticos incorretos prévios. Discussão: Observou-se que o diagnóstico tardio reflete um viés de gênero nas práticas clínicas, sendo a camuflagem social o principal fator que dificulta a identificação do autismo feminino. Tal invisibilidade acarreta danos emocionais e sociais que poderiam ser minimizados por uma abordagem diagnóstica mais sensível às expressões femininas do espectro. Considerações Finais: Conclui-se que a identificação precoce do TEA em mulheres é essencial para promover intervenções adequadas, apoio psicossocial e melhoria da qualidade de vida. Reforça-se a necessidade de capacitação profissional e de políticas públicas inclusivas que contemplem as especificidades do autismo feminino.