ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA INCIDÊNCIA DE NEOPLASIA MALIGNAS DO ESÔFAGO NO PIAUÍ: DADOS DOS ÚLTIMOS 5 ANOS
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv15n41-068Keywords:
Câncer de esôfago, Neoplasias malignas, Epidemiologia, Fatores de riscoAbstract
O câncer de esôfago é uma neoplasia com alta incidência e mortalidade, afetando mais homens do que mulheres no Brasil, com cerca de 10.990 novos casos anuais. O tipo mais frequente é o carcinoma epidermóide, enquanto o adenocarcinoma tem aumentado devido à obesidade e à doença do refluxo gastroesofágico. Os fatores de risco incluem tabaco, álcool e ingestão de alimentos quentes. O tratamento varia conforme o estadiamento e pode envolver quimioterapia, radioterapia e cirurgia, sendo as abordagens neoadjuvantes eficazes para aumentar o sucesso cirúrgico. Esta patologia está relacionada a regiões com baixos índices de desenvolvimento humano, e no Brasil, o Piauí se destaca por apresentar um dos menores índices, o que impacta negativamente o acesso à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento, refletindo na evolução da doença e nas taxas de sobrevivência. Portanto, a análise deste estudo é fundamental para desenvolver políticas de saúde pública mais equitativas e eficazes no estado do Piauí. OBJETIVO: Analisar a quantidade e as variáveis dos casos de câncer de esôfago no Piauí nos ultimos 5 anos. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, retrospectiva e descritiva, com abordagem quantitativa, a partir dos dados obtidos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), realizado mediante dados sobre as notificações dos casos de câncer de esôfago no Piauí nos ultimos 5 anos. RESUTADOS E DISCURSSÕES: Entre 2019 e 2023, foram analisados 381 casos de neoplasia esofágica no Piauí, com predominância no sexo masculino (72%, n = 274) em comparação ao sexo feminino (28%, n = 107). A doença afeta principalmente adultos mais velhos, com a incidência aumentando a partir dos 50 anos, sendo os grupos de 60 a 64 anos (16,8%, n = 64) e 65 a 69 anos (14,4%, n = 55) os mais afetados. Apenas 2,9% dos casos ocorreram em indivíduos com menos de 40 anos. O estadiamento indicou que 51,4% (n = 196) dos pacientes foram diagnosticados nos estágios 2 e 3, evidenciando atrasos no diagnóstico; apenas 0,5% (n = 2) estavam no estágio 0 e 7,6% (n = 29) no estágio 1. A quimioterapia foi a principal modalidade terapêutica utilizada (57,2%, n = 218), seguida pela radioterapia (11,5%, n = 44) e cirurgia (5,5%, n = 21). Além disso, 2,9% (n = 11) receberam quimioterapia e radioterapia combinadas, enquanto 22,8% (n = 87) não tinham informações sobre o tratamento registrado. A alta porcentagem de casos sem estadiamento e dados de tratamento indica deficiências na coleta de informações.CONCLUSÃO: Entre 2019 e 2023, o câncer de esôfago no Piauí mostrou predominância em homens e indivíduos acima de 50 anos, com diagnósticos majoritariamente em estágios avançados. A quimioterapia foi a principal forma de tratamento. A variação nos casos, incluindo uma queda em 2020, foi possivelmente influenciada pela pandemia de COVID-19. A falta de informações completas sobre tratamento e estadiamento destaca a necessidade de melhorar os registros para otimizar estratégias de tratamento e prevenção.