PERFIL DE MORBIDADE E MORTALIDADE DOS INDIVÍDUOS COM TRANSTORNOS DE HUMOR EM ARACAJU

Resumo

Os transtornos de humor representam um grave problema de saúde pública no Brasil e no Mundo e são um expressivo grupo de condições psiquiátricas, caracterizadas por alterações intensas e persistentes no estado emocional, que podem interferir gravemente na qualidade de vida dos indivíduos afetados. No cenário atual, em que é notado o alarmante crescente de indivíduos com transtornos de humor torna cada vez mais de extrema relevância, a compreensão das nuances da depressão e do transtorno bipolar para que dessa forma, possa melhorar a qualidade de vida dessas pessoas e, assim, poder fornecer o suporte adequado e necessário ao paciente. O objetivo deste trabalho é identificar e descrever o perfil epidemiológico de internação e mortalidade dos indivíduos diagnosticados com Transtorno de Humor em Aracaju no período de 2019 a 2023. Metodologia : Trata-se de um estudo retrospectivo, epidemiológico do tipo ecológico de caráter quantitativo com o perfil descritivo transversal com abordagem e análise documental, através de dados secundários coletados no departamento de informática do sistema único de saúde (SIH/DATASUS). Resultados e Discussão: No presente trabalho foi realizada análise dos dados relativos às internações hospitalares por transtornos de humor em Aracaju, no período de 2019 a 2023. Ao analisarmos a questão de raça/etnia é visto que 51,96%, aproximadamente quase 52% dos pacientes internados por conta dos transtornos de humor eram pardos. Ao verificar os dados de mortalidade relacionado ao descritor de raça/etnia é notado que 48,6% aproximadamente do total de óbitos foram de pessoas pardas. Quando examinamos a questão da escolaridade de mortalidade vemos que a maioria dos pacientes que vieram a óbito por causa dos transtornos de humor estudaram em torno de 4 a 7 anos de estudo, não realizando curso superior, realizando apenas ensino fundamental ou médio incompleto. Conforme esse cenário, é fácil observar o papel importante da atenção primária em saúde, que se apresenta como porta de entrada para o acompanhamento do paciente ao longo do tempo, com vistas a prevenir possíveis complicações. Além disso, ela participa do fortalecimento das políticas públicas voltadas à saúde mental. Os resultados exibem que a abordagem dos transtornos de humor carece de uma conduta integrada, que inclua o uso de medicamento adequado, se necessário, acompanhamento psicoterapêutico, suporte psicossocial e ações de combate ao estigma social. Dessa forma, poderemos criar um modelo de cuidado mais humanizado e eficiente para esses pacientes. Conclusão: A partir dos dados encontrados, percebe-se quão relevante se torna a compreensão de determinantes sociodemográficos que orientam o processo de saúde-doença relacionado à saúde mental.Conclui-se então que, a avaliação do perfil de morbimortalidade de pacientes com transtornos de humor nos oferece dados significativos para a formatação das políticas supracitadas. Tal dado que, ao priorizar a integração de serviços para aprimorar a abordagem na saúde mental desses indivíduos, associando serviços de saúde, família e comunidade, possibilita-se para além de reduzir os índices de internações e óbitos, fomentar o aumento da inclusão social e bem-estar para esses pacientes.