MYCOBACTERIUM LEPRAE: ASPECTOS MICROBIOLÓGICOS E MECANISMOS DE PATOGENICIDADE NA HANSENÍASE
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n48-067Palabras clave:
Mycobacterium leprae, Patogenicidade, Microbiologia, Fatores de virulência, HanseníaseResumen
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae, um bacilo com afinidade por células da pele e nervos periféricos. Apesar de curável, a hanseníase ainda representa um importante problema de saúde pública em diversos países, especialmente em regiões tropicais e subtropicais. Este artigo tem como objetivo revisar a literatura científica recente sobre os aspectos microbiológicos e os mecanismos de patogenicidade do Mycobacterium leprae, destacando seus fatores de virulência, interação com o sistema imunológico humano e impacto clínico. Trata-se de uma revisão narrativa baseada em artigos publicados entre 2018 e 2024, nas bases SciELO, PubMed e LILACS, nos idiomas português, inglês e espanhol. Mycobacterium leprae é uma bactéria intracelular obrigatória, de crescimento lento, que apresenta tropismo por células da pele e nervos periféricos, causando hanseníase. Seu genoma altamente reduzido e repleto de pseudogenes reflete adaptação ao parasitismo intracelular. Os principais fatores de virulência incluem o glicolipídeo fenólico-1 (PGL-1) e a cápsula lipídica, que facilitam a adesão a células de Schwann e a evasão imunológica. A transmissão ocorre principalmente por vias aéreas, com longo período de incubação. O tratamento é feito com poliquimioterapia (PQT), utilizando rifampicina, dapsona e clofazimina. O diagnóstico precoce, o controle de cepas resistentes e ações educativas são essenciais para o controle da doença. Entende-se que apesar da eficácia da poliquimioterapia, a resistência bacteriana exige vigilância e novas estratégias terapêuticas. Avanços no conhecimento microbiológico e imunológico são essenciais para controle e prevenção da doença.