ENTRE O ATIVISMO ALIMENTAR E A GASTRONOMIA BRASILEIRA: DESAFIOS E CONTRADIÇÕES DO SLOW FOOD EM UM PAÍS DE DESIGUALDADES
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n47-029Palavras-chave:
Ativismo alimentar, Slow Food, Soberania alimentar, Gastronomia, Movimentos populares, Comunidades quilombolas, MSTResumo
Este estudo analisa o ativismo alimentar no Brasil, tomando como ponto de partida a inquietação provocada pelo movimento Slow Food e suas contradições diante da realidade brasileira. A partir de uma abordagem crítica e interdisciplinar, o estudo não busca validar ou refutar o movimento, mas compreender como ele evidencia os limites de propostas exógenas diante das desigualdades estruturais do país. O trabalho parte do conceito de ativismo alimentar como uma prática interseccional e política, fundamentada em autores como Counihan e Siniscalchi, Portilho e Schubert, e o articula com o contexto brasileiro por meio do debate sobre políticas públicas, saberes tradicionais e movimentos sociais como o MST. A pesquisa evidenciou a centralidade de experiências comunitárias e populares — como as das comunidades quilombolas e da reforma agrária — no campo da soberania alimentar, revelando que, embora alguns princípios do Slow Food se aproximem dessas lutas, sua atuação no Brasil ainda se apresenta de forma ambígua e relativamente distante dessas práticas.