Benefícios e malefícios do uso do torniquete na artroplastia total de joelho

Abstract

O uso do torniquete é importante para combater hemorragias durante a artroplastia total de joelho (ATJ). O equipamento inicial, inventado em 1817 por Petit e aprimorado em 1904 por Cushing, consiste em um dispositivo que comprime vasos sanguíneos, controlando o fluxo de sangue para uma extremidade, enquanto que a técnica de 1904 é composta por uma compressão pneumática monitorada pelo microcontrolador e pelo manguito inflável do dispositivo. O objetivo desse estudo é identificar vantagens e desvantagens do uso de torniquetes durante ATJ. O método consistiu na utilização dos descritores “total knee arthroplasty” “tourniquets”, “Artroplastia do Joelho” e “Torniquetes” nas bases de dados PubMed e BVS, usando o operador booleano AND, selecionando-se 34 artigos publicados nos últimos 5 anos. Os resultados demonstraram que o uso do torniquete na ATJ apresentou aumento de estabilidade e de durabilidade da prótese após o procedimento e menor perda de sangue. Entretanto, sua aplicação resultou em maior dor pós-operatória, amplitude de movimento reduzida, edema significativo e maior probabilidade de eventos tromboembólicos. No uso de torniquetes pneumáticos, pressões entre 75-120 mmHg demonstraram complicações mais leves, tendo exibido, contudo, menor eficiência no controle do sangramento comparado às pressões de 150 mmHg. Conclui-se que o benefício de controle de hemorragias do torniquete não é suficiente para inibir sua nocividade em relação ao prognóstico do paciente. Todavia, em casos de sangramento exacerbado, o torniquete pneumático pode ser uma alternativa eficaz, uma vez que aparentou ser mais vantajoso pela capacidade de controlar a pressão de forma mais eficiente durante o procedimento.