Gestão de gravidez em pacientes com doenças autoimunes: Revisão das práticas para o manejo de gestantes com doenças autoimunes

Authors

  • Anna Gabriella Almeida Santos Silva Author
  • Adenildo Felipe Santos Cardoso da Silva Author
  • Guilherme Faria Cabrera Author
  • Paula Vain Maske Author
  • Vanessa Maria Gonçalves de Souza Author
  • Catharina Vilalba Lima Author
  • Samara Carvalho Perfete Author
  • Guilherme Henrique Machado Cessel Pereira Author

DOI:

https://doi.org/10.56238/levv15n39-166

Keywords:

Gestão de Gravidez, Doenças Autoimunes, Lúpus Eritematoso Sistêmico, Artrite Reumatoide

Abstract

Introdução: A gravidez em pacientes com doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico (LES) e artrite reumatoide (AR), é frequentemente desafiadora devido aos riscos aumentados de complicações materno-fetais. O controle da atividade da doença e o manejo medicamentoso adequado são essenciais para minimizar esses riscos. Este estudo revisa as práticas atuais de manejo de gestantes com doenças autoimunes, explorando intervenções terapêuticas, abordagens multidisciplinares e desfechos clínicos associados. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura utilizando as bases de dados PubMed, MEDLINE e Google Scholar, abrangendo estudos publicados até setembro de 2024. Foram incluídos artigos originais, revisões sistemáticas, ensaios clínicos e diretrizes de prática clínica em inglês, português e espanhol, que discutiam o manejo da gravidez em pacientes com LES, AR ou síndrome antifosfolipídica (SAF). A seleção dos estudos considerou o impacto de diferentes estratégias terapêuticas nos desfechos materno-fetais. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada utilizando a ferramenta de risco de viés da Cochrane e o sistema GRADE. Resultados: Os resultados indicam que o controle rigoroso da atividade da doença antes da concepção reduz significativamente as taxas de complicações como pré-eclâmpsia, parto prematuro e restrição de crescimento fetal. Medicamentos como metotrexato e micofenolato mofetil apresentaram alto risco teratogênico e devem ser descontinuados antes da gravidez, enquanto hidroxicloroquina, azatioprina e corticosteroides foram considerados seguros. Estudos demonstraram que o uso continuado de hidroxicloroquina esteve associado a menores taxas de exacerbações da doença e melhores resultados gestacionais. Além disso, abordagens multidisciplinares, como clínicas lideradas por reumatologistas, mostraram-se eficazes na melhoria dos desfechos maternos e fetais, reduzindo complicações graves e melhorando a qualidade de vida das pacientes. Conclusão: A gestão da gravidez em pacientes com doenças autoimunes deve ser personalizada, focando no controle prévio e contínuo da atividade da doença e na escolha criteriosa de medicamentos seguros. Estratégias multidisciplinares são fundamentais para otimizar os resultados materno-fetais. Embora existam diretrizes claras para LES, AR e SAF, há necessidade de mais pesquisas para guiar o manejo de condições autoimunes menos comuns e melhorar os cuidados dessas pacientes e de seus filhos.

Published

2024-09-09