FRATURAS PÉLVICAS NA GESTAÇÃO: DIAGNÓSTICO, MANEJO ORTOPÉDICO E IMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n54-149Palavras-chave:
Fratura Pélvica, Gestação, TraumaResumo
Introdução: Fraturas pélvicas na gestação são eventos raros, porém associados a elevada complexidade clínica, maior risco de instabilidade hemodinâmica, hemorragia e desfechos obstétricos desfavoráveis. A necessidade de preservar simultaneamente a segurança materna e fetal torna o diagnóstico e o manejo ortopédico particularmente desafiadores. Métodos: Foi realizada revisão sistemática da literatura nas bases PubMed/MEDLINE, Scopus e Web of Science, incluindo estudos publicados entre 1990 e 2025, em inglês, português ou espanhol. Foram selecionados artigos que abordassem fraturas do anel pélvico em gestantes, com descrição de métodos diagnósticos, estratégias de manejo ortopédico e desfechos maternos e fetais. Após triagem de títulos, resumos e textos completos, 15 estudos preencheram os critérios de elegibilidade e foram incluídos na síntese qualitativa. Resultados: Os estudos analisados incluíram relatos de caso, séries de casos, coortes retrospectivas, estudos populacionais e revisões. A maioria das fraturas ocorreu após trauma de alta energia, em gestantes no segundo ou terceiro trimestre. A radiografia de pelve foi o exame inicial mais utilizado, frequentemente complementado por tomografia computadorizada; a ressonância magnética foi empregada em situações selecionadas, sobretudo no seguimento. O manejo ortopédico variou entre tratamento conservador em fraturas estáveis e uso de fixação externa ou interna em fraturas instáveis. Os desfechos materno-fetais mais relatados foram hemorragia, necessidade de transfusão, parto prematuro, aumento da taxa de cesariana e ocorrência de óbito fetal em casos graves. Estudos com gestações subsequentes após fratura pélvica mostraram possibilidade de parto vaginal em casos selecionados. Conclusão: Fraturas pélvicas na gestação exigem abordagem multidisciplinar, diagnóstico estruturado e estratégias de estabilização individualizadas. A padronização de protocolos e a produção de estudos prospectivos são fundamentais para aprimorar o cuidado e orientar decisões sobre manejo ortopédico e via de parto.
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