DIAGNÓSTICO DO AVC ISQUÊMICO: DESAFIOS NA PRÁTICA DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Resumo

O acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) é uma das principais causas de mortalidade e incapacidade no Brasil e no mundo, representando um desafio diagnóstico e terapêutico, na prática de urgência e emergência. O manejo eficaz depende da rápida identificação dos sintomas, diagnóstico diferencial preciso e início imediato de terapias de reperfusão, o que frequentemente enfrenta barreiras como desigualdades no acesso a serviços especializados e atrasos no atendimento. Este artigo de revisão objetiva consolidar o conhecimento sobre os desafios no diagnóstico do AVCi, com foco nas ferramentas de neuroimagem, no diagnóstico diferencial com "mímicos de AVC" e nas terapias agudas. A metodologia consistiu na curadoria de diretrizes clínicas, revisões sistemáticas e ensaios clínicos randomizados. A Tomografia Computadorizada (TC) sem contraste é o exame de primeira escolha na emergência para excluir hemorragia, um pré-requisito para a trombólise intravenosa. Contudo, a TC pode ser normal nas fases iniciais, e a diferenciação de condições como crises convulsivas, enxaqueca e distúrbios metabólicos permanece um desafio clínico. Terapias como a trombólise com alteplase ou tenecteplase e a trombectomia mecânica são tempo-dependentes e revolucionaram o prognóstico, mas seu acesso é limitado. Avanços como a telemedicina e a Inteligência Artificial surgem como oportunidades para superar barreiras geográficas e otimizar a interpretação de imagens, agilizando a tomada de decisão. Conclui-se que a superação dos desafios no manejo do AVCi agudo requer a implementação de diretrizes adaptadas à realidade local, investimento em educação continuada e o uso estratégico de tecnologias para garantir um cuidado equitativo e eficiente.