A SÍNDROME DA TEORIA DA MULHER DE POTIFAR E SUAS IMPLICAÇÕES NA DEFESA DO ACUSADO

Autores

  • Alex Rodrigues Moreira Autor
  • Vanesse Louzada Coelho Autor
  • Humberto Farias da Silva Junior Autor

DOI:

https://doi.org/10.56238/ERR01v10n4-037

Palavras-chave:

Maria da Penha, Denunciação Caluniosa, Estupro Carcerário, Direitos Fundamentais

Resumo

O presente artigo analisa as implicações jurídicas e sociais decorrentes do uso indevido de mecanismos legais destinados à proteção da mulher, especialmente no contexto das falsas acusações de crimes sexuais. A pesquisa parte da Lei Maria da Penha e de sua relevância como marco no combate à violência doméstica, mas problematiza as situações em que o instituto é instrumentalizado como forma de retaliação ou manipulação de relações pessoais. Examina-se a figura da denunciação caluniosa e seus desdobramentos quando associada a delitos de natureza sexual, ressaltando-se os riscos de condenações injustas e de violações irreparáveis de direitos fundamentais. O estudo também discute o peso atribuído à palavra da vítima no processo penal, destacando a necessidade de critérios rigorosos de valoração da prova para evitar decisões baseadas em narrativas não corroboradas. Ademais, aborda-se o fenômeno do estupro carcerário como consequência extrema da prisão indevida, evidenciando falhas estruturais do sistema penitenciário e a responsabilidade estatal diante de erros judiciários. A análise conclui pela urgência de reforçar garantias processuais, conciliando a proteção das mulheres com a salvaguarda dos direitos dos acusados, a fim de promover um sistema penal justo, equilibrado e efetivamente comprometido com a dignidade humana.

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Publicado

2025-09-27

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

A SÍNDROME DA TEORIA DA MULHER DE POTIFAR E SUAS IMPLICAÇÕES NA DEFESA DO ACUSADO. (2025). ERR01, 10(4), e8463. https://doi.org/10.56238/ERR01v10n4-037