VAGINOSE BACTERIANA: ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS ATUAIS E DESAFIOS CLÍNICOS
DOI:
https://doi.org/10.56238/ERR01v10n4-016Palavras-chave:
Vaginose bacteriana, Tratamento, Recorrência, Disbiose vaginalResumo
Este artigo de revisão aborda a Vaginose bacteriana (VB), a causa mais comum de corrimento vaginal em mulheres em idade reprodutiva, caracterizada por uma profunda disbiose da microbiota vaginal. A introdução estabelece a relevância clínica da VB, que vai além dos sintomas de corrimento, associando-a a um risco aumentado de aquisição de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), complicações ginecológicas como a Doença Inflamatória Pélvica (DIP) e desfechos obstétricos adversos, como o parto prematuro. O objetivo central do estudo é revisar as estratégias terapêuticas atuais, os métodos de diagnóstico e, principalmente, os desafios clínicos impostos pelas altíssimas taxas de recorrência da condição. A metodologia empregada foi uma revisão narrativa da literatura, com buscas realizadas na base de dados PubMed por publicações dos últimos cinco anos, utilizando descritores como 'Vaginosis, bacterial', 'Diagnosis' e 'Treatment'. Nos resultados e discussão, o trabalho detalha as abordagens diagnósticas, desde os critérios clínicos de Amsel, amplamente utilizados na prática, até o escore de Nugent (coloração de Gram), considerado o padrão-ouro em pesquisa. Aponta também o surgimento de métodos moleculares (qPCR) como ferramentas mais sensíveis, porém de custo elevado. A seção de tratamento confirma que os antibióticos (metronidazol e clindamicina) são a primeira linha e alcançam altas taxas de cura inicial (70-80%). Contudo, o ponto crucial da discussão é o desafio da recorrência, que afeta mais de 50% das mulheres em até 12 meses. As causas são multifatoriais, incluindo a persistência de bactérias formadoras de biofilme, a falha em restabelecer a flora de lactobacilos e a possível reinfecção por parceiros sexuais. O estudo finaliza explorando terapias emergentes que visam superar essa limitação, como o uso de probióticos, ácido bórico e o inovador, ainda em pesquisa, Transplante de Microbiota Vaginal (TMV).
Downloads
Referências
ABOU CHACRA, L.; FENOLLAR, F.; DIOP, K. Bacterial Vaginosis: What Do We Currently Know?. Frontiers in Cellular and Infection Microbiology, v. 11, p. 672429, 2022.
BRAUNSTEIN, M.; SELK, A. Bacterial vaginosis. CMAJ, v. 196, n. 21, p. E728, 2024.
KHEDKAR, R.; PAJAI, S. Bacterial Vaginosis: A Comprehensive Narrative on the Etiology, Clinical Features, and Management Approach. Cureus, v. 14, n. 11, p. e31314, 2022.
RAVEL, J.; MORENO, I.; SIMÓN, C. Bacterial vaginosis and its association with infertility, endometritis, and pelvic inflammatory disease. American Journal of Obstetrics & Gynecology, v. 224, n. 3, p. 251-257, 2021.