BRINCAR É ATO POLÍTICO: INCLUSÃO, AFETO E RESISTÊNCIA NO ENSINO-APRENDIZAGEM

Resumo

Este trabalho investiga o brincar como estratégia pedagógica central na educação inclusiva, posicionando-o como gesto político transformador frente às práticas excludentes tradicionais. Fundamentado em metodologia qualitativa, por meio de pesquisa bibliográfica e análise de uma experiência pedagógica conduzida por Regina Lúcia Sucupira Pedroza (2004), que foca em crianças em situação de vulnerabilidade social na periferia de Brasília. Ao dialogar com teóricos como Vygotsky, Piaget, Papert e Mantoan, a pesquisa destaca o brincar como linguagem universal capaz de promover o desenvolvimento integral (cognitivo, motor, emocional e social), além de fortalecer vínculos afetivos, identidade e senso de pertencimento. O estudo enfatiza a importância da intencionalidade pedagógica no uso do brincar e das tecnologias digitais acessíveis, como jogos educativos interativos e plataformas criativas. Mediadas por educadores sensíveis à diversidade e singularidades dos estudantes, essas ferramentas apoiam a expressão, a autonomia e o aprendizado colaborativo, reforçando práticas inclusivas e equitativas. Longe de tratar o brincar como mera atividade recreativa, a análise eleva seu papel como força pedagógica, ou seja, um ato de resistência e reinvenção da dinâmica ensino-aprendizagem. O brincar emerge como ambiente onde a diferença é acolhida, vozes são ouvidas e subjetividades são cultivadas e contribui para um espaço educacional que valoriza a pluralidade humana por meio da sensibilidade e a ressignificação das experiências de aprendizagem. Por fim, defende-se o brincar como estratégia potente na construção de escolas inclusivas, democráticas, empáticas e capazes de promover práticas educativas emancipadoras.