A IMORTALIDADE SIMBÓLICA DO LIVRO NA ERA DIGITAL: PERMANÊNCIAS, REINVENÇÕES E ECOSSISTEMAS SOCIOTÉCNICOS DE LEITURA

Resumo

Este artigo investiga os fatores que sustentam a permanência e a imortalidade simbólica do livro na era digital, articulando dimensões históricas, culturais, cognitivas e sociotécnicas. Com abordagem qualitativa e caráter exploratório-analítico, fundamenta-se em revisão bibliográfica integrativa, análise socio-histórica e interpretação hermenêutica de autores como Chartier, Darnton, Eco e Carrière, Lévy, Santaella, Floridi, Freire, Gadamer, Heidegger, Jenkins, Latour, Sayão e Salles, Campello e Belluzzo. Os resultados evidenciam que o livro resiste às transformações tecnológicas não por oposição ao digital, mas por sua capacidade de reinvenção em ecossistemas híbridos de leitura, nos quais impressos, e-books, audiolivros e plataformas convergem. A permanência do livro decorre de sua função cognitiva na organização do pensamento, de sua densidade histórica e cultural, de sua plasticidade sociotécnica e do papel estratégico das bibliotecas como agentes de mediação, preservação e curadoria. Conclui-se que a era digital não ameaça o livro, mas amplia seus modos de existência, reafirmando-o como artefato civilizatório essencial para a formação crítica, a preservação da memória e a democratização do conhecimento.