CARTOGRAFIAS NEGRAS: COLONIALIDADE, DIÁSPORA E CONSCIÊNCIA NA AMÉRICA
DOI:
https://doi.org/10.56238/ERR01v10n3-009Palavras-chave:
Consciência Política Negra, Cartografia Negra, Diáspora Africana, EpistemológicaResumo
Este artigo configura-se como uma cartografia intelectual negra, de abordagem qualitativa e natureza bibliográfica, na qual se mapeiam as trajetórias do pensamento de Aníbal Quijano, Achille Mbembe e Abdias Nascimento para compreender a complexa trama da colonialidade do poder, da diáspora africana e da construção de uma consciência política negra na América Latina. A noção de cartografia aqui ultrapassa o mapeamento geográfico, funcionando como uma prática crítica e epistemológica que busca revelar os territórios simbólicos e históricos atravessados pelas experiências negras e suas resistências, configurando, assim, uma perspectiva descolonial sobre a formação social e cultural da região. Parte-se da hipótese de que os aportes teóricos desses autores possibilitam compreender a diáspora africana não apenas como herança demográfica ou cultural, mas como sujeito político e epistêmico capaz de tensionar os fundamentos coloniais da modernidade latino-americana. Metodologicamente, a pesquisa se apoia na análise crítica de referenciais teóricos fundamentais à crítica do sistema-mundo moderno-colonial.
Downloads
Referências
BUTLER, J. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Tradução de Sérgio Tadeu de Niemeyer Lamounier. Editora Civilização Brasileira. Rio de Janeiro, RJ, 2009.
CARNEIRO, E. O QUILOMBO DOS PALMARES. São Paulo Editora S/A. São Paulo, SP, 1958.
CARNEIRO, S. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 2005.
CASTRO-GÓMEZ, S.. Ciências sociais, violência epistêmica e o problema da invenção do outro. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. CLACSO. Buenos Aires, AR, 2005.
FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. : EDUFBA. Salvador, BA, 2008.
LANDER, E. (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. CLACSO. Buenos Aires, AR, 2005.
MBEMBE, A. Necropolitics. Public Culture, v. 15, n. 1, p. 11-40, 2003. DOI: 10.1215/08992363-15-1-11
MBEMBE, A. Necropolítica. Revista Arte & Ensaios, n. 32, p. 123-151. UFRJ/EBA. Rio de Janeiro, RJ, 2016.
MBEMBE, A. Crítica da razão negra. Tradução de Marta Lança. Editora Antígona. Lisboa, Portugal, 2018.
MALDONADO-TORRES, N. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón (orgs.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Siglo del Hombre. Bogotá, Colombia, 2007.
MIGNOLO, W. D. A ideia de América Latina: a herança do colonialismo e a briga pela identidade. Tradução de Luiz Sérgio Henriques. UFMG. Belo Horizonte, MG, 2005.
NASCIMENTO, A. O Genocídio do Negro Brasileiro: processo de um racismo mascarado. 3. ed. Editora Perspectiva. São Paulo, SP, 1978.
NASCIMENTO, A. O Quilombismo: documentos de uma militância pan-africanista. 2. ed. Editora Selo Negro. São Paulo, SP, 2002.
NASCIMENTO, A. Poder negro: filosofia política da libertação. Editora Perspectiva. São Paulo, SP, 2016.
QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. : CLACSO. Buenos Aires, AR, 2005.
