HUMANIZAÇÃO ORGANIZACIONAL NA ERA DA IA
DOI:
https://doi.org/10.56238/ERR01v10n4-051Palavras-chave:
Inteligência Artificial, Humanização Organizacional, Cultura Organizacional, Ética, Gestão de PessoasResumo
A inteligência artificial (IA) tem assumido papel central nas transformações organizacionais contemporâneas, trazendo ganhos de eficiência, mas também desafios éticos, culturais e sociais. Este artigo, de caráter bibliográfico narrativo e integrativo, analisa a produção científica nacional e internacional sobre a relação entre automação e humanização organizacional. A revisão evidencia que a forma como a IA é implementada influencia diretamente o engajamento, a confiança e o bem-estar dos trabalhadores, podendo reforçar vínculos de colaboração ou gerar insegurança e resistência. Práticas como requalificação profissional, comunicação transparente, programas de bem-estar e governança algorítmica emergem como estratégias fundamentais para equilibrar inovação tecnológica e centralidade humana. Conclui-se que a humanização organizacional na era da IA não decorre automaticamente da tecnologia, mas resulta de escolhas deliberadas de gestão, cultura e regulação.
Downloads
Referências
ANTUNES, R. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018.
BOTELHO, L. L. R.; CUNHA, C. C. A.; MACEDO, M. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão & Sociedade, v. 5, n. 11, p. 121–136, 2011.
BRYNJOLFSSON, E.; MCAFEE, A. The Second Machine Age: Work, Progress, and Prosperity in a Time of Brilliant Technologies. New York: W.W. Norton & Company, 2014.
BUGHIN, J. et al. Notes from the AI frontier: Modeling the impact of AI on the world economy. McKinsey Global Institute, 2018.
CHANLAT, J.-F. O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
DAVENPORT, T. H.; KIRBY, J. Only Humans Need Apply: Winners and Losers in the Age of Smart Machines. New York: Harper Business, 2016.
DAVENPORT, T. H.; RONANKI, R. Artificial Intelligence for the Real World. Harvard Business Review, v. 96, n. 1, p. 108-116, 2018.
DONEDA, D.; ALMEIDA, V. Governance and Regulation of Artificial Intelligence in Brazil. Revista de Direito, Estado e Telecomunicações, v. 12, n. 1, p. 1–24, 2020.
FLEURY, A.; FLEURY, M. T. L. Cultura e poder nas organizações. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2021.
FLORIDI, L. et al. AI4People—An Ethical Framework for a Good AI Society: Opportunities, Risks, Principles, and Recommendations. Minds and Machines, v. 28, p. 689–707, 2018.
FRANÇA, A. C. L.; LIMA, S. M. Gestão de pessoas e saúde organizacional na era digital. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, v. 20, n. 4, p. 1–11, 2020.
GOLEMAN, D. Leadership: The Power of Emotional Intelligence. Northampton: More Than Sound, 2011.
GUNNING, D.; AMLER, R. Explainable Artificial Intelligence (XAI). Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA), 2019.
HAMEL, G.; ZANINI, M. Humanocracy: Creating Organizations as Amazing as the People Inside Them. Boston: Harvard Business Review Press, 2020.
HERN, A. Google engineer claims AI chatbot is sentient. The Guardian, 2022. Disponível em: https://www.theguardian.com/technology/2022/jun/12/google-ai-sentient-lamda-chatbot. Acesso em: 5 set. 2025.
INTERNATIONAL LABOUR ORGANIZATION (ILO). Work for a Brighter Future: Global Commission on the Future of Work. Geneva: ILO, 2019.
ISO. ISO 9241-210: Ergonomics of Human-System Interaction — Human-Centred Design for Interactive Systems. Geneva: International Organization for Standardization, 2019.
McKINSEY & COMPANY. The State of AI in 2022. New York: McKinsey Global Institute, 2022.
MENDES-DA-SILVA, W. (Org.). Pesquisa em Administração: fundamentos, métodos e práticas. São Paulo: Atlas, 2019.
MITTELSTADT, B. D. et al. The ethics of algorithms: Mapping the debate. Big Data & Society, v. 3, n. 2, p. 1–21, 2016.
MORLEY, J. et al. Operationalising AI ethics: barriers, enablers and next steps. AI & Society, v. 36, n. 1, p. 59–77, 2021.
MOTTA, F. C. P. Organizações: teoria e comportamento. São Paulo: Pioneira Thomson, 2001.
MOURA, M. O impacto da inteligência artificial na gestão estratégica. Revista de Administração Contemporânea, v. 25, n. 3, p. 1–15, 2021.
NORMAN, D. The Design of Everyday Things. Revised and Expanded Edition. New York: Basic Books, 2013.
SCHEIN, E. H. Organizational Culture and Leadership. 5. ed. Hoboken: Wiley, 2017.
SCHWAB, K. The Fourth Industrial Revolution. Geneva: World Economic Forum, 2016.
SESI; SENAI. Indústria 4.0 e o futuro do trabalho no Brasil. Brasília: CNI, 2021.
SELbst, A. D. et al. Fairness and Abstraction in Sociotechnical Systems. Proceedings of the Conference on Fairness, Accountability, and Transparency. New York: ACM, 2019.
SILVA, L. C.; FERREIRA, J. B. Design centrado no ser humano em projetos de transformação digital. Revista de Gestão e Projetos (GeP), v. 11, n. 3, p. 79–95, 2020.
SUSSKind, R. A World Without Work: Technology, Automation, and How We Should Respond. London: Allen Lane, 2020.
TORRES, R.; ALMEIDA, P. Humanização e inovação: dilemas na adoção da IA. Revista de Administração de Empresas, v. 62, n. 2, p. 123–136, 2022.
WOOD JR., T. Gestão, cultura e sociedade na era digital. Revista de Administração de Empresas, v. 59, n. 4, p. 284–289, 2019.
ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2014.