AUTOMATISMO TÉCNICO NO TIRO ENTRE REPETIÇÃO VICIADA E PRÁTICA CONSCIENTE

Autores

  • Sandro Christovam Bearare Autor

DOI:

https://doi.org/10.56238/edimpacto2025.064-013

Palavras-chave:

Automatismo Consciente, Memória Procedimental, Prática Deliberada, Aprendizagem Motora, Formação Técnica, Tiro de Precisão, Repetição Consciente, Memória Muscular, Memória Neuromuscular

Resumo

Este artigo propõe uma ruptura técnica e pedagógica entre dois tipos de automatismo observados no treinamento com armas de fogo: o automatismo viciado, oriundo da repetição apressada e inconsciente, e o automatismo consciente, fruto de uma prática deliberada, segmentada e guiada por feedback. Aborda-se criticamente o conceito popular de “memória muscular”, substituindo-o pelo termo cientificamente correto: memória procedimental. A fundamentação está ancorada na neurociência motora, na psicopedagogia aplicada e nos modelos clássicos de aprendizagem de habilidades, como os estágios de Fitts e Posner (1967) e a teoria da prática deliberada de Ericsson (1993). As evidências empíricas foram coletadas ao longo do ano de 2024, durante o acompanhamento de 50 alunos nos cursos de Formação de Instrutores de Armamento e Tiro da ProPoint – Centro de Formação e Treinamento Especializado, em Coroados (SP). Os dados revelam que alunos treinados com foco em execução consciente, verbalização dos fundamentos e refinamento técnico progressivo apresentaram superioridade em estabilidade, autodiagnóstico e desempenho sob estresse, quando comparados aos que priorizaram apenas fluidez e repetição acelerada. Um estudo de caso ilustrativo, realizado ao longo de seis dias consecutivos, reforça que o tipo de automatismo consolidado — e não apenas a prática em si — é o fator decisivo para alcançar a precisão real no tiro. Este trabalho propõe, portanto, a adoção oficial do modelo do Automatismo Consciente como doutrina formativa. O gesto técnico deve ser compreendido antes de ser automatizado. A repetição não deve apenas ser feita — ela deve ser pensada, guiada e corrigida. Porque, no campo, é o tipo de automatismo que define o resultado.

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Publicado

2025-08-25