AUTENTICIDADE E PODER: A RECONEXÃO COM OS ASPECTOS MARGINALIZADOS DO FEMININO
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n10-223Palavras-chave:
Subjetividade Feminina, Autoconhecimento, Ciclicidade, Ancestralidade, Sexualidade, Criatividade, AutenticidadeResumo
O presente estudo tem como objetivo trazer uma análise crítica sobre a marginalização histórica dos três poderes femininos — ciclicidade, ancestralidade e sexualidade — e seu impacto na subjetividade feminina, ao influenciar diretamente a construção da identidade, da autoestima e da autonomia nas mulheres. A questão central da pesquisa é: Como a marginalização histórica da ciclicidade, ancestralidade e sexualidade impacta a construção da identidade, autoestima e autonomia de mulheres, e de que forma a integração consciente desses três poderes pode promover empoderamento e autenticidade? A hipótese que sustenta este estudo é a de que, por meio do autoconhecimento, promove-se autenticidade e libertação às mulheres na ocupação de si mesmas ao ressignificar experiências individuais e coletivas. Para fundamentar a análise crítica, são utilizados os conceitos teóricos de Audre Lorde (2019), que problematiza o poder como sendo erótico e a autoexpressão como resistência; Brené Brown (2019), ao abordar vulnerabilidade e coragem; Chimamanda Ngozi Adichie (2014), com suas contribuições sobre o risco da historia única, feminismo e construção social do feminino, Clarissa Pinkola Estés (1992) sobre sabedoria arquetípica ancestral feminina; Michel Foucault (1983;1986), sobre biopoder e subjetivação; Silvia Lane (1999), a partir da psicologia social crítica e Zygmunt Bauman (2001), ao refletir sobre identidade na modernidade líquida. A pesquisa aborda uma metodologia bibliográfica, buscando integrar esses autores na compreensão do fenômeno, evidenciando como o resgate consciente desses três poderes pode atuar como caminho de transformação pessoal e social. A análise busca revelar que a ocupação de si, entendida como a capacidade de se reconhecer e liderar a própria vida, é potencializada quando a mulher se reconecta com sua ancestralidade, compreende seus ciclos naturais e expressa sua sexualidade e criatividade.
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