FORMAÇÃO DOCENTE EM TECNOLOGIAS ASSISTIVAS: UM OLHAR SOBRE OS DIREITOS EDUCACIONAIS DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA

Resumo

O exercício docente em contextos inclusivos desafia as práticas pedagógicas tradicionais, sobretudo quando o direito à aprendizagem de estudantes com deficiência exige dispositivos que transbordem o currículo prescrito e ativem formas sensíveis de mediação. Tecnologias assistivas, quando integradas criticamente ao planejamento escolar, não apenas viabilizam o acesso, mas produzem outros modos de participação e autoria. A mediação, nesse campo, deixa de ser técnica e passa a ser ética: ela convoca escuta, flexibilidade e repertórios que acolham singularidades cognitivas, sensoriais e comunicacionais. Em vez de pensar a tecnologia como recurso externo, propõe-se compreendê-la como linguagem viva, que atravessa o cotidiano escolar e pode se tornar expressão legítima do aprender. A proposta investiga de que maneira a formação docente vem se organizando diante das urgências pedagógicas que atravessam a educação inclusiva, especialmente no uso de tecnologias assistivas. Com base em uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, são examinadas produções acadêmicas que entrelaçam práticas acessíveis, inovação didática, direito à diferença e mediações digitais em contextos educativos híbridos. O foco recai sobre o modo como os docentes interpretam e ressignificam suas intervenções formativas, lançando mão de estratégias que não apenas garantem o acesso, mas promovem experiências de pertencimento e reconhecimento para estudantes com deficiência. A análise propõe, por fim, revisitar o conceito de mediação a partir de uma ética da inclusão, em que o direito à diferença seja também direito ao saber.