O DESEJO PROIBIDO COMO MARCA DA OPRESSÃO INFANTIL NO CONTO “CHINELA EMBORCADA”, DE ILDEFONSO GUIMARÃES

Resumo

O presente artigo busca fazer uma análise da narrativa “Chinela emborcada”, de Ildefonso Guimarães em uma leitura que debate temas como a violência perpetrada contra a criança ou o jovem, que pode ter consequências brutais. O objetivo deste trabalho transita por tentar responder às questões ontológicas que perpassam o assunto, ainda pertinentes ao contexto social em que se vive atualmente: por que usar de truculência e negar à criança os direitos a uma infância feliz e saudável? Tendo como foco a diegese ildefonsiana, a qual mantém a densidade narratológica necessária para causar no leitor empatia e reflexão, parte-se de uma metodologia que vai de uma ótica acerca das teorias mais recentes de proteção à juventude até os conceitos empregados pela psicanálise de Winnicott, o qual trabalhou com o tema da proximidade entre mãe e filho e seus laços. Ao discutir uma fase que deveria ser de aprendizagem e de boas descobertas, percebeu-se, como resultado deste estudo, que tais direitos do menor foram sonegados no conto, uma vez que o adulto ainda se considera superior ao menor e o subjuga de forma violenta, punindo-o desmedidamente em situações as mais variadas.