EFICÁCIA DO BENZONIDAZOL NA SOBREVIDA DE PACIENTES IMUNOSSUPRIMIDOS PELA REATIVAÇÃO DA DOENÇA DE CHAGAS
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev7n8-234Palavras-chave:
Doença de Chagas (DC), Trypanosoma cruzi, Imunossuprimidos, Reativação, BenzonidazolResumo
A doença Chagas (DC) possui uma maior prevalência em países que estão localizados em regiões tropicais e úmidas. A doença ainda segue como um problema de saúde pública em diversas regiões do mundo, principalmente em áreas endêmicas como observado em vários países sul-americanos. O tratamento medicamentoso na fase aguda da doença é eficiente, mas possui limitações relacionados à tolerância, o que agrava em pacientes imunossuprimidos. Assim a presente abordagem objetivou avaliar a relação para a intervenção com benzonidazol para pacientes imunossuprimidos e o prognóstico para a sobrevida. Para alcançar o objetivo proposto, um estudo secundário, por meio de uma revisão sistematizada da literatura, foi conduzido. As bases de dados Medline/pubmed e Scielo foram consultadas sem restrição de data ou idioma. Entre as variáveis avaliadas, foram incluídos o quadro clínico para diferentes tipos de imunossupressão, o padrão na reativação da DC nos pacientes imunossuprimidos e as suas relações com o uso para outras formas de intervenção como o cetoconazol, benzonidazol e nifurtimox. Poucos estudos foram elegíveis para a retratação entre as relações da DC na imunossupressão e intervenção medicamentosa com o benzonidazol, mas foi possível levantar quatro relatos de caso e duas revisões. Os dados avaliados demonstram que a intervenção pode ser variável de acordo com a sintomatologia e/ou o quadro clínico dos pacientes. Em relação a eficácia do benzonidazol, indicado como profilaxia primária, de quatro casos clínicos relatados, dois evoluíram para o óbito (50%). Certamente outros fatores foram atrelados ao desfecho dos pacientes, como a idade, o momento para o diagnóstico precoce ou tardio, a gravidade do quadro clínico e o uso da profilaxia primária e secundária. Contudo a presente abordagem permitiu gerar um indicador consistente para a necessidade de novas abordagens que interpretem a pluralidade sintomatológica e clínica da DC em pacientes imunossuprimidos e que possam surgir novos protocolos mais assertivos à intervenção da doença.
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