SABERES E FAZERES NO CULTIVO DO CAFÉ EM ÁGUIA BRANCA - ES: UMA PERSPECTIVA ETNOMATEMÁTICA
DOI:
https://doi.org/10.56238/arev6n3-356Palavras-chave:
Etnomatemática, Cafeicultura Familiar, Práticas Tradicionais, Ensino da MatemáticaResumo
Este artigo buscou identificar os saberes matemáticos presentes nas práticas de produção de café conilon por agricultores familiares em Águia Branca (ES), utilizando a perspectiva da Etnomatemática. A pesquisa, baseada em uma visita a uma propriedade rural com tradição familiar na cafeicultura, teve como objetivo analisar a integração entre conhecimentos tradicionais, técnicas modernas e a matemática formal. O estudo identifica e descreve os conhecimentos matemáticos empregados pelos agricultores em diferentes etapas da produção, como o cálculo do espaçamento entre os pés de café, a estimativa da produção, a conversão de medidas e a utilização de unidades não convencionais, como o "galho" para medir distâncias. Os resultados demonstram que a matemática está intrinsecamente ligada às práticas cotidianas dos agricultores, revelando uma complexa rede de saberes que se articulam com a cultura local, as tradições familiares e o contexto socioeconômico da região. A pesquisa destaca a importância da Etnomatemática como ferramenta para valorizar os conhecimentos tradicionais e promover um ensino de matemática mais contextualizado e significativo para os alunos, especialmente em áreas rurais com forte tradição agrícola.