ANÁLISE DE CASOS E FOCOS DE BRUCELOSE BOVINA NO REBANHO MARANHENSE ENTRE OS ANOS DE 2014 A 2024

Resumen

A brucelose bovina, causada por Brucella abortus, é uma zoonose de grande impacto econômico e sanitário, provocando abortos, infertilidade e queda de até 25% na produção de carne e leite. Além das perdas diretas, a doença dificulta a abertura de mercados internacionais, sendo sua prevenção fundamental para a pecuária nacional. Este estudo analisou retrospectivamente casos e focos de brucelose no Maranhão entre 2014 e 2024, com dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). O estado possui cerca de 10 milhões de cabeças de gado, representando 4% do rebanho nacional, o que reforça sua importância para a bovinocultura brasileira. Foram identificados 459 focos e 1.251 casos no período, com a brucelose superando outras doenças relevantes como tuberculose e raiva bovina. A razão casos/focos foi de 2,7, indicando ampla disseminação dentro das propriedades afetadas. O ano de 2015 concentrou 34,6% dos casos, seguido por 2019 (21,7%) e 2014 (19,6%). O ano de 2020 apresentou o menor número de registros, possivelmente devido à redução de atividades de vigilância durante a pandemia de COVID-19. O controle da enfermidade no Brasil é regulamentado pelo Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT), que estabelece vacinação obrigatória de fêmeas de 3 a 8 meses, testagem periódica e abate sanitário de animais positivos. Apesar dessas medidas, a subnotificação ainda é um desafio, prolongando a permanência do agente nos rebanhos. Conclui-se que a brucelose segue como problema relevante no Maranhão, exigindo intensificação das ações de biossegurança, vacinação e conscientização de produtores para redução da prevalência e avanço rumo à erradicação da doença no estado.