INDICAÇÕES E COMPLICAÇÕES DA TRAQUEOSTOMIA EM ADULTOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Autores/as

  • Marlyson de Sousa Bonifacio Autor/a
  • Fernanda Póvoas dos Anjos Autor/a
  • Alexia Adriane Santiago Abdon Autor/a
  • Ludimila Silva Castro Marçal Autor/a
  • Luciana Gonçalves de Oliveira Autor/a
  • Jamille Cristina Conceição Santos Autor/a
  • Carla Nogueira Soares Autor/a
  • Ana Costa de Oliveira Autor/a
  • Crhistian Wanseler Corrêa Pereira Autor/a
  • Priscila Xavier de Araújo Autor/a

DOI:

https://doi.org/10.56238/arev7n9-109

Palabras clave:

Traqueostomia, Indicações, Complicações, Ventilação Mecânica

Resumen

INTRODUÇÃO: A traqueostomia é um procedimento cirúrgico usado para manter as vias aéreas abertas, especialmente em pacientes críticos. Embora já descrita na medicina antiga, sua aplicação se consolidou na década de 1960 com o uso de ventiladores mecânicos. Atualmente, é realizada por técnica cirúrgica ou percutânea e indicada em situações de emergências ou eletivas, como intubação prolongada ou doenças neuromusculares. Apesar de comum, pode causar complicações como infecções e hemorragias. METODOLOGIA: Esta revisão sistemática seguiu o protocolo PRISMA, com buscas nas bases de dados PubMed e BVS, incluindo artigos em inglês e português publicados nos últimos 10 anos. Foram selecionados estudos observacionais e ensaios clínicos randomizados, que abordassem indicações e/ou complicações da traqueostomia. Após triagem com o software Rayyan, 15 estudos foram incluídos. A extração e avaliação dos dados foram feitas por dois revisores independentes. Os resultados foram sintetizados narrativamente, divididos em indicações e complicações. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A traqueostomia precoce pode reduzir o tempo de ventilação mecânica e de sedação, especialmente em pacientes neurocríticos, com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) ou ventilação prolongada. No entanto, os estudos mostram resultados variados quanto à mortalidade e recuperação funcional, sem consenso claro sobre o melhor momento para o procedimento. A decisão deve ser individualizada, baseada no quadro clínico. As técnicas percutânea e cirúrgica apresentam taxas semelhantes de complicações, que incluem infecções, hemorragias e dificuldades mecânicas. Embora a traqueostomia precoce possa melhorar a evolução clínica inicial, seu impacto na mortalidade a longo prazo ainda é incerto. CONCLUSÃO: traqueostomia é essencial no manejo de pacientes com ventilação mecânica prolongada, especialmente em casos graves. Embora a traqueostomia precoce traga benefícios como menor tempo de ventilação, seu impacto na mortalidade a longo prazo ainda é incerto. A escolha do momento e da técnica deve ser individualizada, considerando o quadro clínico e a experiência da equipe. Há necessidade de mais estudos, especialmente ensaios clínicos randomizados, para orientar melhor as decisões e otimizar os resultados dos pacientes.

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Referencias

BARON, David Marek et al. Tracheostomy is associated with decreased hospital mortality after moderate or severe isolated traumatic brain injury. Wiener Klinische Wochenschrift, v. 128, n. 11–12, p. 397–403, 1 jun. 2016. DOI: https://doi.org/10.1007/s00508-016-1004-y

BÖSEL, Julian et al. Effect of Early vs Standard Approach to Tracheostomy on Functional Outcome at 6 Months Among Patients With Severe Stroke Receiving Mechanical Ventilation: The SETPOINT2 Randomized Clinical Trial. JAMA - Journal of the American Medical Association, v. 327, n. 19, 2022.

BOTTI, Cecilia et al. The Role of Tracheotomy and Timing of Weaning and Decannulation in Patients Affected by Severe COVID-19. Ear, Nose and Throat Journal, v. 100, n. 2_suppl, 2021. DOI: https://doi.org/10.1177/0145561320965196

CHAO, Tiffany et al. Outcomes After Tracheostomy in COVID-19 Patients. Annals of Surgery, v. 272, n. 3, 2020. DOI: https://doi.org/10.1097/SLA.0000000000004166

EEG-OLOFSSON, Måns et al. TTCOV19: timing of tracheotomy in SARS-CoV-2-infected patients: a multicentre, single-blinded, randomized, controlled trial. Critical Care, v. 26, n. 1, 2022. DOI: https://doi.org/10.1186/s13054-022-04005-0

FRANCO-JIMÉNEZ, José A. et al. Associated factors for Tracheostomy in adults with severe traumatic brain injury. Score proposal. Cirugia y Cirujanos (English Edition), v. 88, n. 2, p. 200–205, 1 mar. 2020. DOI: https://doi.org/10.24875/CIRUE.M20000125

GIANNAKOULIS, Vassilis G. et al. Effect of Early Versus Delayed Tracheostomy Strategy on Functional Outcome of Patients With Severe Traumatic Brain Injury: A Target Trial Emulation. Critical Care Explorations, v. 6, n. 8, 9 ago. 2024. DOI: https://doi.org/10.1097/CCE.0000000000001145

LUO, Jiaqi et al. Comparison of Outcomes Between Early and Late Tracheostomy.

Respiratory Care, v. 69, n. 1, 2024.

MEIER, Johannes et al. Influence of early elective tracheostomy on the incidence of postoperative complications in patients undergoing head and neck surgery. BMC Anesthesiology, v. 19, n. 1, 28 mar. 2019. DOI: https://doi.org/10.1186/s12871-019-0715-9

MEROLA, Raffaele et al. Tracheostomy Practice in the Italian Intensive Care Units: A Point- Prevalence Survey. Medicina (Lithuania), v. 61, n. 1, 1 jan. 2025. DOI: https://doi.org/10.3390/medicina61010087

RAIMONDE, Antônio; WESTHOVEN, Natalie; WINTERS, Ryan. Tracheostomy. Encyclopedia of Respiratory Medicine: Volume 1-4, v. 1–4, p. V4-239-V4-242, 24 jul. 2023.

ROVIRA, Aleix et al. Open versus percutaneous tracheostomy in COVID-19: a multicentre comparison and recommendation for future resource utilisation. European Archives of Oto- Rhino-Laryngology, v. 278, n. 6, p. 2107–2114, 1 jun. 2021. DOI: https://doi.org/10.1007/s00405-020-06597-1

SANTANA, Amanda et al. Aspectos epidemiológicos de pacientes traqueostomizados em uma Unidade de Terapia Intensiva Adulto e Pediátrica do interior do estado de São Paulo. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 23, n. 9, 2023. DOI: https://doi.org/10.25248/reas.e13831.2023

SOARES, Maria et al. Elaboração de protocolo de condutas em traqueostomias no hospital referência de tratamento do câncer do Amazonas. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 45, n. 4, 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/0100-6991e-20181744

TSONAS, A. M. et al. Practice of tracheostomy in patients with acute respiratory failure related to COVID–19 – Insights from the PRoVENT–COVID study. Pulmonology, v. 28, n. 1, p. 18–27, 1 jan. 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.pulmoe.2021.08.012

VAHAPOǦLU, Ayşe; KAYA GÖK, Ayfer; ÇAVUŞ, Zuhal. Percutaneous tracheostomy procedures and patient results in a tertiary intensive care unit: A single-center experience. Medicine (United States), v. 104, n. 6, p. e41472, 7 fev. 2025. DOI: https://doi.org/10.1097/MD.0000000000041472

VIANNA, Arthur; PALAZZO, RF; ARAGON, Catarina. Traqueostomia: uma revisão atualizada. Pulmão RJ, v. 20, n. 3, 2011.

WIEFHOFF, Jan et al. Incidence and complications of cannula changes in long-term tracheotomized patients: a prospective observational study. Spinal Cord, v. 58, n. 1, p. 11– 17, 1 jan. 2020. DOI: https://doi.org/10.1038/s41393-019-0329-6

YONEZAWA, Naoki et al. Effect of Early Tracheostomy on Mortality of Mechanically Ventilated Patients with Guillain–Barré Syndrome: A Nationwide Observational Study. Neurocritical Care, v. 33, n. 3, p. 759–768, 1 dez. 2020. DOI: https://doi.org/10.1007/s12028-020-00965-9

Descargas

Publicado

2025-09-10

Número

Vol. 7 Núm. 9 (2025)

Sección

Artigos

Cómo citar

BONIFACIO, Marlyson de Sousa et al. INDICAÇÕES E COMPLICAÇÕES DA TRAQUEOSTOMIA EM ADULTOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. ARACÊ , [S. l.], v. 7, n. 9, p. e8007, 2025. DOI: 10.56238/arev7n9-109. Disponível em: https://periodicos.newsciencepubl.com/arace/article/view/8007. Acesso em: 5 dec. 2025.