PREVENÇÃO DA DEPRESSÃO EM ADOLESCENTES: INTERVENÇÕES EDUCACIONAIS E PSICOSSOCIAIS

Autores

  • Sara Janai Corado Lopes Author
  • Franderta Corado Lopes Author
  • Thayná Eduarda Marcelino Author
  • Sara Falcão de Sousa Author

DOI:

https://doi.org/10.56238/levv16n53-156

Palavras-chave:

Adolescência, Escola, Intervenções Psicossociais, Saúde Mental, Prevenção

Resumo

A depressão na adolescência configura-se como um dos principais desafios de saúde pública da atualidade, afetando o desenvolvimento socioemocional, acadêmico e psicológico dos jovens. No Brasil, fatores como desigualdade social, violência, bullying, uso excessivo de telas e vínculos familiares frágeis ampliam a vulnerabilidade dos adolescentes, evidenciando a necessidade de estratégias preventivas eficazes e multissetoriais. Metodologia: Este estudo realizou uma revisão narrativa da literatura científica publicada entre 2019 e 2025, nas bases PubMed, SciELO, LILACS e PsycINFO, com o objetivo de identificar intervenções educacionais e psicossociais voltadas à prevenção da depressão em adolescentes de 12 a 18 anos. Resultados e Discussão: Os resultados evidenciam que a escola é um espaço estratégico para a prevenção, especialmente por concentrar grande parte da população adolescente e possibilitar a implementação de programas estruturados. Intervenções escolares baseadas em habilidades socioemocionais, atividades físicas supervisionadas e práticas como mindfulness mostraram-se eficazes na redução de sintomas depressivos, promoção do bem-estar e fortalecimento da autoestima. Além disso, oficinas educativas e ações que promovem o pertencimento e o clima escolar positivo demonstraram impacto significativo na prevenção da depressão e na redução do bullying.No contexto psicossocial e comunitário, estratégias como rodas de conversa, suporte familiar, atendimento psicológico e programas de mindfulness em unidades de saúde pública também apresentaram resultados positivos, sobretudo entre adolescentes em situação de vulnerabilidade social. O uso de intervenções digitais, como terapias cognitivo-comportamentais online e campanhas em redes sociais, tem se mostrado uma alternativa promissora, especialmente por ampliar o acesso a cuidados em saúde mental e promover maior engajamento juvenil.A literatura aponta ainda a importância dos determinantes sociais da saúde, como renda, escolaridade, apoio social e exposição à violência, que influenciam diretamente o risco de depressão. Assim, intervenções eficazes devem considerar esses fatores coletivos e atuar de forma articulada com políticas públicas que integrem educação, saúde e assistência social. Apesar dos avanços, persistem desafios como a formação de professores, a escassez de recursos humanos especializados e a dificuldade de integração entre os setores da rede de proteção. Considerações Finais: Conclui-se que a prevenção da depressão em adolescentes exige abordagens integradas, sustentadas por evidências científicas e adaptadas às diferentes realidades sociais e culturais. A articulação entre escola, família, comunidade e serviços de saúde é essencial para construir redes de cuidado eficazes e duradouras. Nesse cenário, o fortalecimento de práticas educativas e psicossociais no ambiente escolar representa um passo fundamental para a promoção da saúde mental juvenil e para o desenvolvimento de políticas públicas comprometidas com o bem-estar dos adolescentes.

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Publicado

2025-10-31

Como Citar

LOPES, Sara Janai Corado; LOPES, Franderta Corado; MARCELINO, Thayná Eduarda; DE SOUSA, Sara Falcão. PREVENÇÃO DA DEPRESSÃO EM ADOLESCENTES: INTERVENÇÕES EDUCACIONAIS E PSICOSSOCIAIS. LUMEN ET VIRTUS, [S. l.], v. 16, n. 53, p. e9487, 2025. DOI: 10.56238/levv16n53-156. Disponível em: https://periodicos.newsciencepubl.com/LEV/article/view/9487. Acesso em: 5 dez. 2025.