NOVAS PERSPECTIVAS NO MANEJO DA DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL: UMA REVISÃO NARRATIVA

Abstract

INTRODUÇÃO: As Doenças Inflamatórias Intestinais, representadas principalmente pela doença de Crohn e retocolite ulcerativa, são condições crônicas e multifatoriais do trato gastrointestinal que cursam com inflamação persistente e recorrente. O aumento global de sua prevalência, especialmente em países em desenvolvimento, tem impulsionado a busca por terapias mais eficazes e seguras. As limitações dos tratamentos convencionais, como aminossalicilatos, corticosteróides e imunossupressores, motivaram o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas, incluindo biológicos e pequenas moléculas com mecanismos de ação mais seletivos. OBJETIVOS: Revisar e analisar criticamente as novas perspectivas terapêuticas no manejo da DII, abordando os principais avanços farmacológicos, tecnológicos e conceituais, bem como identificar lacunas na literatura e implicações clínicas das terapias emergentes. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, de caráter descritivo e exploratório, realizada entre setembro e outubro de 2025. A busca bibliográfica foi conduzida nas bases PubMed e Cochrane Library, com descritores em português e inglês relacionados à DII e terapias inovadoras. Foram incluídos artigos mais atuais sobre as principais propedêuticas no âmbito estudado, nos idiomas inglês, português e espanhol, que abordassem avanços no manejo da doença. Excluíram-se editoriais, relatos de caso e estudos sem metodologia definida. Os dados foram organizados por eixos temáticos e analisados qualitativamente. RESULTADOS: Foram selecionados 62 artigos que evidenciaram quatro principais eixos de inovação: novos agentes biológicos, como anticorpos monoclonais seletivos anti-IL-23 (risanquizumabe, guselcumabe e miricizumabe); pequenas moléculas orais, como inibidores de JAK (tofacitinibe, upadacitinibe) e moduladores de S1P (ozanimode, etrasimode);estratégias combinadas e personalizadas, como a dual biologic therapy; e abordagens baseadas em microbiota e nanotecnologia, que ampliam as perspectivas de tratamento. Os estudos apontam melhora clínica, maior taxa de remissão e menor incidência de efeitos adversos, embora ainda existam desafios quanto ao custo e à acessibilidade. CONCLUSÃO: As novas terapias para DII representam um avanço significativo rumo à medicina personalizada, com foco na seletividade imunológica e na melhora da qualidade de vida. Entretanto, o alto custo, a heterogeneidade das respostas e a necessidade de validação em estudos de longo prazo ainda limitam sua aplicação ampla. O futuro do manejo da DII tende a integrar biológicos, pequenas moléculas, microbiota e biotecnologia, consolidando uma abordagem mais precisa, eficaz e humanizada.