EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA: O PAPEL DOS EDUCADORES AKWẼ-XERENTE NA MEDIAÇÃO CULTURAL NO CONTEXTO ESCOLAR
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n46-009Palavras-chave:
Educação Escolar Indígena, Mediação Cultural, Identidade CulturalResumo
Este artigo aborda as práticas de mediação cultural desenvolvidas pelos educadores Akwẽ-Xerente no contexto escolar, enfatizando a valorização das tradições culturais e a construção de uma educação intercultural. Partindo de uma abordagem qualitativa e bibliográfica, o estudo explora como as expressões artísticas e os saberes ancestrais, como cânticos, danças e rituais, são ressignificados no ambiente educacional, promovendo um aprendizado mais significativo e conectado à realidade local. A análise revelou que a escola, quando adaptada às especificidades culturais, assume um papel fundamental na preservação e revitalização da identidade cultural, ao mesmo tempo em que prepara os estudantes para os desafios de um mundo globalizado. O estudo discute os desafios enfrentados pelos educadores na implantação dessas práticas, destacando a tensão existente entre o currículo formal, muitas vezes alinhado a uma perspectiva eurocêntrica, e as demandas culturais da comunidade. Observa-se que, embora existam políticas públicas e iniciativas voltadas para a educação escolar indígena, como o Decreto nº 2.367/2005, ainda persistem lacunas relacionadas à formação inicial e continuada dos professores, bem como à estruturação de metodologias pedagógicas que dialoguem efetivamente com os saberes locais. Os resultados também apontam para o papel transformador das práticas artísticas e culturais, que não apenas reforçam os vínculos dos estudantes com sua comunidade, mas também enriquecem o processo pedagógico, tornando-o mais criativo, inclusivo e alinhado aos princípios da interculturalidade. Por meio dessas práticas, os educadores contribuem para a construção de uma educação que resiste ao apagamento cultural e promove a emancipação dos povos indígenas. Conclui-se que a educação escolar indígena não é apenas um espaço de aprendizado formal, mas também um território de resistência e inovação cultural, sendo o educador a ponte que conecta tradição e modernidade.