INTEGRAÇÃO DE CUIDADOS PALIATIVOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Resumo

A integração dos Cuidados Paliativos (CP) na Atenção Primária à Saúde (APS) busca ampliar o acesso e garantir continuidade assistencial a pacientes com doenças ameaçadoras da vida. Essa articulação promove cuidado precoce, interdisciplinar e humanizado, envolvendo equipe multiprofissional e familiar, reduzindo sofrimento e impacto psicossocial. No entanto, enfrenta barreiras como escassez de profissionais capacitados, preparo insuficiente na formação acadêmica, cultura curativista e ausência de protocolos clínicos. Desse modo, esse estudo tem como objetivo analisar o processo de integração dos cuidados paliativos na Atenção Primária à Saúde, enfatizando suas repercussões na qualidade de assistência, desafios, implicações éticas, além de analisar as estratégias já existentes para consolidação dessa prática no âmbito de atenção primária. Esse estudo é uma revisão narrativa da literatura, que analisou evidências sobre a integração dos cuidados paliativos na Atenção Primária à Saúde, a partir de 191 artigos em inglês, português e espanhol, identificados entre 2020 e 2025, dos quais 30 atenderam aos critérios de inclusão e compuseram o corpus da análise crítica.  A análise dos artigos evidenciou que os cuidados paliativos na APS são fundamentais para promover qualidade de vida, dignidade e humanização do cuidado, abrangendo dimensões físicas, psicológicas, sociais e espirituais. Apesar dos avanços e das políticas públicas em andamento, persistem desafios como estigmas sobre a morte que limitam o CP à terminalidade, escassez de recursos, fragilidade estrutural, sobrecarga de trabalho e insuficiente capacitação profissional. Experiências exitosas, como visitas domiciliares e telessaúde, demonstram o potencial da APS para identificar precocemente pacientes elegíveis e fortalecer vínculos terapêuticos. Dessa forma, a superação das barreiras depende de formação continuada, protocolos claros, atuação interdisciplinar e políticas que consolidem o acesso equitativo a cuidados integrais e humanizados. Diante disso, conclui-se que integrar cuidados paliativos à atenção primária não é apenas uma estratégia de organização dos serviços, mas uma forma concreta de garantir dignidade, equidade e qualidade de vida. Assim, trata-se de um caminho que demonstra avanços no campo da saúde pública e a consolidação de políticas que sustentem um cuidado verdadeiramente centrado no paciente e nos familiares.