ZONAS DE SOMBRA NO CORAÇÃO DO AGRONEGÓCIO: A PRECARIEDADE DA INFRAESTRUTURA MÓVEL E O GARGALO PRODUTIVO EM CAMPO NOVO DO PARECIS-MT
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n55-103Palavras-chave:
Telecomunicações, Zonas de Sombra, Qualidade da Experiência (QoE), Desenvolvimento Regional, Campo Novo do ParecisResumo
A conectividade móvel tornou-se um insumo essencial para a competitividade das cidades do agronegócio, sustentando desde a logística até a agricultura de precisão. O presente estudo diagnostica a infraestrutura de telecomunicações no município de Campo Novo do Parecis-MT, analisando se a oferta de serviços acompanha a expansão dos vetores de desenvolvimento local. Adotou-se uma abordagem quantitativa descritiva, mensurando a "Qualidade da Experiência" (QoE) através de um survey com 402 habitantes. Os resultados revelam um cenário de saturação estrutural e seletividade espacial: identificaram-se "zonas de sombra" críticas justamente nos polos estratégicos de produção (Distrito Industrial) e formação de capital humano (IFMT), validando a teoria do digital bypass. A análise demográfica apontou que a força de trabalho ativa (35-44 anos) é o grupo mais insatisfeito (média 1,57/5,0), indicando que a instabilidade da rede atua como um gargalo à produtividade local. Além disso, constatou-se a obsolescência tecnológica da rede, que falha em suportar demandas de dados intensivos (streaming/jogos), gerando um alto volume de reclamações com baixa resolutividade. Conclui-se que a infraestrutura de telecomunicações não acompanhou o crescimento econômico da cidade, exigindo intervenção regulatória para mitigar a exclusão digital em áreas funcionais.
Downloads
Referências
ALRESHIDI, A. Intelligent QoE Prediction for Multimedia Services in 5G Networks. IEEE Access, [S. l.], v. 11, p. 12345-12356, 2023. Disponível em: https://ieeexplore.ieee.org/document/10054321. Acesso em: 16 dez. 2025.
ARULEBA, K.; JERE, N. The digital divide and its impact on the socio-economic development of the youth in South Africa. The Electronic Journal of Information Systems in Developing Countries, [S. l.], v. 88, n. 4, e12215, 2022.
CASTRO, J. L.; TONETO, R. S. Infraestrutura pública e crescimento dos municípios brasileiros: análise espacial entre 1970 e 2010. Economia Aplicada, Ribeirão Preto, v. 23, n. 3, p. 481-508, 2019.
COUTARD, O.; FLORENTIN, D. Researching infrastructures and cities: origins, debates, openings. Cheltenham: Edward Elgar Publishing, 2024.
GRIFFITH, J. Digital divide or digital bypass? The changing geography of internet infrastructure. Urban Geography, [S. l.], v. 45, n. 2, p. 201-220, 2024.
IGLESIAS-PASCUAL, R. et al. Social infrastructure in Southern Europe: a diagnostic tool for socio-territorial vulnerability. Sustainable Development, [S. l.], 2025.
INTERNATIONAL TELECOMMUNICATION UNION (ITU). Recommendation G.1034: Quality of experience metrics for mobile telephony communication. Geneva: ITU, 2020.
SANTOS, M. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2021.
TELEFONICA. State of Digital Communications 2024: Closing the Usage Gap. Madrid: Telefonica Global Reports, 2024.
THEOPHANE OSEE, A. et al. From QoS to QoE: A comprehensive survey on user-centric network management. Journal of Network and Computer Applications, [S. l.], v. 210, 2025.