MULHERES E A ESCOLHA DE NÃO MATERNAR: ENTRE O DESEJO E A LIBERDADE
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n55-087Palavras-chave:
Maternidade, Mulheres, Filhos, DecisãoResumo
As mulheres que escolhem não ter filhos desafiam padrões convencionais que associam feminilidade à maternidade, reivindicando novas definições para o que significa ser mulher. A escolha, frequentemente cercada por estigmas e pressões sociais, é afetada por experiências pessoais, aspectos profissionais e emocionais, além do anseio por liberdade individual. Com isso este estudo analisa os elementos individuais, culturais e sociais que influenciam as mulheres a decidirem não ter filhos, além dos efeitos dessa decisão na sociedade. O estudo explora as motivações individuais, as consequências psicológicas, as percepções de empoderamento e os obstáculos colocados pelas normas sociais convencionais de feminilidade e maternidade. Foram selecionados para a construção deste trabalho 14 trabalhos acadêmicos e 4 livros pesquisados e os resultados sugerem que a escolha de não ter filhos está ligada à procura por independência, satisfação pessoal e liberdade, muitas vezes contrapondo-se às pressões sociais e estigmatizações. Como resultado, foi possivel perceber que ao desmistificar a maternidade como um destino inevitável, essas mulheres fomentam uma reflexão importante sobre direitos reprodutivos, variedade de escolhas e a criação de uma sociedade mais inclusiva, na qual cada mulher possa viver sua trajetória de forma plena, independentemente de ter filhos ou não. Ademais, ressalta-se que essa opção leva a uma profunda reflexão sobre os papéis de gênero convencionais, expondo conflitos entre a identidade feminina e as expectativas da cultura. O suporte social e familiar tem um papel significativo na aceitação dessa escolha. Finalmente, entende-se que a experiência de não ser mãe é única, construída ao longo da vida, que desafia padrões históricos e auxilia na expansão dos conceitos de feminilidade.
Downloads
Referências
BARRETO, A.V.P.; HONORATO, C de F. Manual de sobrevivência na selva acadêmica. 4 ed. Rio de Janeiro: Brasiliense. 1998.
BEAUVOIR, S. de. O Segundo Sexo: Fatos e Mitos. São Paulo: 4a edição, Difusão Europeia de Livros, 1970.
CARGNELUTTI, C. M.; ALÓS, A. P. A mulher como o outro: uma história de deslegitimação e silenciamento. Linguagens & Cidadania, v. 21, n. esp., jan./dez. 2019.
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
EMIDIO, T. S.; GIGEK, T. “Elas não querem ser mães”: algumas reflexões sobre a escolha pela não maternidade na atualidade. Trivium vol.11 no.2 Rio de janeiro jul./dez. 2019.
FIDELIS, D. Q.; MOSMANN, C. P. A não maternidade na contemporaneidade: um estudo com mulheres sem filhos acima dos 45 anos. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Aletheia no.42 Canoas, dez. 2013.
FOUCAULT, M. História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. Rio de Janeiro, Edições Graal, 1988.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.
HIDASE, S. Z.; GONZAGA, A. T. S. A visão de mulheres que escolheram não ter filhos: um estudo psicossocial. Psicologia em ênfase. v.3, p. 10-21 – abril/2022.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos metodologia científica. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2001.
______. Metodologia do trabalho científico. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1992.
MARTINS, B. C; BITENCOURT, J. G. de; TEIXERA, S. P. de S; SANTOS, B. M. dos; SIFUENTES, M.; A mulher contemporânea e a maternidade: como a vida profissional e a escolaridade influenciam no desejo de ser mãe? XIII Mostra de iniciação científica da Faculdade Cesuca – nov. / 2019 ISSN – 2317-5915.
MACHADO, R. O sagrado Feminino que vem de dentro – despertar, cura empoderamento de mulheres. Cadernos de Agroecologia - ISSN 2236-7934 – Anais do 3° Colóquio Internacional Feminismo e Agroecologia – Vol. 15, N° 3, 2020.
MINAYO, M. C. S. Pesquisa social: teoria, métodos e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2001.
NASCIMENTO, C. R. R., BIASUTTI, C. M., ARAÚJO, I. C. C. de; TRINDADE, Z. A. Os papéis da mulher e do homem nas famílias pela óptica masculina: um estudo de duas gerações. Pesquisas e Práticas Psicossociais, 16 (4), São João Del-Rei, outubro-dezembro de 2021. e-3306.
OLIVEIRA, M. R. E. “Coisa de menina”: Implicações e atribuições do feminino no atendimento de uma adolescente. Jornal de psicanalise, 54 (100), 115-128. 2021.
OLIVEIRA, S. L. de. Tratado de Metodologia Científica. São Paulo: Pioneira, 1997.
ROSO, A. R; GASS, R. L. Novos tempos, novos lugares: reflexões sobre a maternidade em grupos de empoderamento de mulheres. Psicologia em Revista, Belo Horizonte, v. 24, n. 2, p. 442 - 461, ago. 2018.
RODRIGUES, P. M. Mal-estar na feminilidade: “Filhos... filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos, como sabê-los? ” Revista aSEPHallus de Orientação Lacaniana. Rio de Janeiro, 13(26), 160-165, mai. 2018 a out 2018.
SARTRE, J. P. (2014). O ser e o nada: Ensaio de ontologia fenomenológica. 23a ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes. (Originalmente publicado em 1943).
SAFFIOTI, H. I. B. Violência de Gênero – Lugar das práxis na construção da subjetividade. Lutas Sociais, nº 2, PUC/SP, 1997. ISSN1415-854X. Pags: 59-79.
______. Já se mete a colher em briga de marido e mulher. São Paulo Perspectiva. vol.13 no.4 São Paulo Oct./Dec. 1999.
______. Gênero patriarcado violência. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2015.
SELLTIZ, C.; WRIGHTSMAN, L. S.; COOK, S. W. Métodos de pesquisa das relações sociais. São Paulo: Herder, 1965.
SILVA, M. R. da. A questão do gênero feminino e da feminilidade: nasce ou torna-se?. E-BOOK X CINABEH - Vol. 01. Campina Grande: Realize Editora, 2021.
VIELLA, I. L. Para além da maternidade: um estudo sobre mulheres que optaram por não ter filhos. Palhoça, 2015.