USO DE CANNABIDIOL (CBD) EM DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS E OUTRAS CONDIÇÕES NEUROLÓGICAS: ATUALIZAÇÕES EM EVIDÊNCIAS CLÍNICAS E PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS

Resumo

O canabidiol (CBD), um dos principais fitocanabinoides não psicoativos da Cannabis sativa, tem despertado crescente interesse científico por suas propriedades neuroprotetoras, anti-inflamatórias e imunomoduladoras. Esta revisão integrativa da literatura teve como objetivo analisar as evidências clínicas mais recentes sobre o uso terapêutico do CBD em doenças neurodegenerativas e outras condições neurológicas, como epilepsia refratária e transtornos do espectro autista (TEA). Foram discutidos os mecanismos de ação do CBD, incluindo sua interação com o sistema endocanabinoide, receptores serotoninérgicos, canais iônicos e vias antioxidantes. A análise da literatura indica que o CBD pode contribuir para a redução da atividade neuroinflamatória, do estresse oxidativo e da excitotoxicidade, além de modular a neurotransmissão e a plasticidade sináptica. Resultados clínicos promissores foram observados especialmente em pacientes com epilepsia refratária, com melhora significativa na frequência e intensidade das crises. Embora os achados iniciais em outras doenças neurológicas sejam encorajadores, ainda são necessários ensaios clínicos controlados e de longo prazo para confirmar a eficácia e segurança do CBD nessas condições. Conclui-se que o CBD representa uma abordagem terapêutica inovadora, com potencial para integrar estratégias de tratamento neurológico de forma segura, eficaz e baseada em evidências.