Gestantes vivendo com HIV e crianças expostas ao HIV em Santa Catarina, dados epidemiológicos de 2015 a 2021

Autores/as

  • Wesslen André Autor/a
  • Letícia Nôro Burin Autor/a
  • Sílvia Aparecida Ramos Autor/a
  • Maria Verônica D’Avila Pastor Autor/a
  • Ednéia Casagranda Bueno Autor/a

DOI:

https://doi.org/10.56238/levv15n40-046

Palabras clave:

AIDS/HIV, Resposta Imune, Transmissão Vertical

Resumen

A transmissão vertical é a transmissão de uma infecção ou doença a partir da mãe para o seu feto no útero ou recém-nascido durante o parto. As principais vias de contágio são a gestação, o parto e a amamentação. A fim de evitar a transmissão, todas as gestantes devem ser investigadas e monitoradas durante o período gestacional, no momento do parto e no puerpério. O acompanhamento da gestante no pré-natal inclui a realização de vários exames laboratoriais com o objetivo de identificar a presença de agentes infecciosos de transmissão vertical, como o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), norteando o tratamento da gestante e evitando a infecção do feto, orientando ainda sobre as possibilidades de prevenção. Considerando o elevado número de casos de HIV no estado de Santa Catarina, principalmente na região do Alto Vale Itajaí, o presente trabalho visa apresentar o perfil epidemiológico de indicadores HIV/AIDS da população do estado de Santa Catarina, especificamente gestantes e crianças expostas ao HIV, no período de 2015 a 2021. É um estudo epidemiológico, retrospectivo, descritivo e analítico de uma série histórica, apresentando também informações sobre os fatores envolvidos na transmissão vertical do HIV e as estratégias de prevenção. Os parâmetros avaliados neste estudo, coletados a partir do Painel de Indicadores Epidemiológicos do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, foram: número de crianças expostas ao HIV, idade das crianças expostas ao HIV, número de gestantes infectadas pelo HIV (GVHIV) e monitoramento destas em relação à carga viral do HIV (CV) e contagem de linfócitos T CD4+ (CD4+) no início da terapia antirretroviral. Embora a sistematização do número de gestantes com HIV e de crianças expostas ao vírus no estado de Santa Catarina mostre diferenças anuais no período avaliado, a linha de tendência referente ao número de GVHIV mostra um pequeno aumento ao longo dos anos, enquanto a linha de tendência do número de crianças expostas ao vírus revela uma discreta diminuição, que podem ser elucidados pela ampliação da equipe de saúde e a melhoria na vigilância na prevenção da transmissão vertical do HIV que ocorreu no decorrer dos anos. A percentagem de gestantes apresentando CV do HIV inferior a 50 cópias/mL mostrou aumento gradativo nos anos avaliados, enquanto a percentagem com CV superior a 50 cópias/mL mostrou queda. Durante o período avaliado neste estudo, menos de 50% das GVHIV realizaram a contagem de CD4+ e, dentre estas, aproximadamente 20% apresentam CD4+ inferior a 350 células/mm³ no início da terapia antirretroviral. A não realização da contagem de CD4+ pode estar relacionada ao aumento do número de gestantes com CV inferior a 50 cópias/mL. Desta forma, a contagem de CD4+ estaria sendo realizado prioritariamente nas gestantes com CV superior a 50 cópias/mL e parte destas com maior depleção desse tipo celular. Em síntese, este trabalho evidencia a evolução do tratamento e acompanhamento ofertado para as GVHIV e, consequentemente, para seus filhos. Ainda, reforça a importância das estratégias de prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento no pré-natal.

Publicado

2024-09-23