RELIGION AND SLAVERY IN DUTCH BRAZIL: A BRIEF ACCOUNT OF WHAT HAPPENED IN THE CAPTAINCY OF PERNAMBUCO (1630-1654)
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n54-154Keywords:
Dutch Brazil, Religious Freedom, SlaveryAbstract
With the Dutch domination of the Captaincy of Pernambuco in the seventeenth century—a period that lasted twenty-four years (1630–1654)—the Dutch West India Company (WIC) obtained from the Seven United Provinces of the Netherlands administrative, political, economic, and legal authority over the territory occupied in the Brazilian Northeast. Among the Europeans who resided there, Jews, Calvinist Protestants, and Catholics coexisted while diverging in the practice of their respective religious doctrines. These divergences generated disputes and reaffirmations of their creeds in the territories under Dutch rule, together with the continuation of enslaving practices. Accordingly, this article seeks to explain how these disagreements unfolded and what repercussions they had for issues related to religion and to African and Indigenous enslavement in Dutch Brazil. It also aims to understand how Protestants, Catholics, and Jews confronted and negotiated the processes of enslavement within the occupied regions. To that end, through content analysis, we methodologically examine selected official communications from the period in order to understand the extent of Calvinist interference in the freedom of worship of Jews and Catholics in the region. Thus, we investigate how, and to what extent, religious and slavery-related questions and disputes were addressed by the Dutch colonial administration in its effort to secure—through the so-called pax nassoviana—the continued presence of Portuguese and Brazilian inhabitants in the occupied territories. Finally, we conclude that enslaving practices were met with Calvinist complacency amid the pressure to rigorously enforce the prohibition of Catholic and Jewish worship in public spaces at the time.
Downloads
References
AB’SABER. Aziz N. et al. A época colonial: do descobrimento à expansão territorial. Introdução geral de Sérgio Buarque de Holanda. V. 1 – 20ª ed. – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2015.
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. O projeto de colonização e os aldeamentos: funções e significados diversos. In Metamorfoses indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2013.
Ata da Assembleia Classical do Brasil, reunida a 5 de janeiro de 1638, em Pernambuco (sessão sexta). In: MAIOR, Pedro Souto. A religião christã reformada no Brasil no século XVII. Rio de Janeiro: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (Livraria J. Leite), 1915.
AZEVEDO, José Ferreira. Formação Socioeconômica de Alagoas: o período holandês (1630-1654): uma mudança de rumo. Tese [Doutorado] – USP, 2002.
BALANDIER, G. A noção de situação colonial. Cadernos de campo, n. no 3, p. 107–131, 1993. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v3i3p107-131
BALANDIER, G. A. A situação colonial: abordagem teórica. In: Cadernos CERU, série 2, v. 25, n. 1, junho de 2014, disponível em Cadernos Ceru v. 25, n. 1, 02 Georges Balandier .pmd acesso em 20 de novembro de 2025. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2595-2536.v25i1p33-58
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2020.
BARLÉU, Gaspar. O Brasil holandês sob o Conde João Maurício de Nassau. Brasília: Senado Federal, 2016.
BARTH, F. Os grupos étnicos e suas fronteiras. In: O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2000.
BOXER, Charles Ralph. Os holandeses no Brasil (1624-1654). Tradução de Dr. Olivério M. de Oliveira Pinto. Col. Brasiliana, volume 312. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1961.
BOXER, C.R. O Império Marítimo Português (1415-1825). Lisboa: Edições 70, LDA., 2017.
Brieven em papieren uit Brasilie (Cartas e papéis do Brasil, anos 1640-2) In: Coleção José Higyno, IAHGP apud NASCIMENTO, Rômulo Luiz Xavier. Palmares: os escravos contra o poder colonial. São Paulo: Terceiro Nome, 2014.
CALDEIRA. Jorge. História da riqueza no Brasil. Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2017.
DANTAS, M. A. Uma História com o Outro: povos indígenas na historiografia brasileira. In: BARROS, J. D. (Org.). A historiografia como fonte histórica. Petrópolis, RJ: Vozes, 2022.
DIEGUES JÚNIOR. Manuel. População e açúcar no nordeste do Brasil. Rio de Janeiro: Comissão Nacional de Alimentação, 1954.
DIÉGUES JÚNIOR, Manuel. O Banguê nas Alagoas: traços da influência do sistema econômico do engenho de açúcar na vida e na cultura regional. 2. ed. Maceió: EDUFAL, 1980.
DUSSEN, Adriaen van der. Relatório sobre o Estado das Capitanias conquistadas no Brasil (1640). In: MELLO, José Antônio Gonçalves de (trad. e coment.). Fontes para a história do Brasil holandês: a economia açucareira. Recife: Parque Histórico Nacional dos Guararapes, 1981.
GARCEZ, José Augusto. Holandeses em Sergipe. Aracaju: Movimento Cultural de Sergipe, 1954.
GOMES, Laurentino. Escravidão: do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares, volume 1 – 1ª ed. – Rio de Janeiro: Globo Livros, 2019.
MAIOR, Pedro Souto. A religião christã reformada no Brasil no século XVII. Rio de Janeiro: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (Livraria J. Leite), 1915.
MEDEIROS, Ricardo Pinto de. Política indigenista do período pombalino e seus reflexos nas capitanias do norte da América portuguesa. In: OLIVEIRA, João Pacheco de (Org.). A presença indígena no Nordeste: processos de territorialização, modos de reconhecimento e regimes de memória. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2011.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo dos flamengos. Rio de Janeiro: Topbooks Editora, 2007.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. A situação do negro sob o domínio holandês. In: FREYRE, Gilberto. Novos estudos afro-brasileiros. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1937.
MELLO, José Antônio Gonçalves de (trad. e coment.). Fontes para a história do Brasil holandês: a economia açucareira. Recife: Parque Histórico Nacional dos Guararapes, 1981.
MOERBEECK, Jan Andries. Motivos porque a Companhia das Índias Ocidentais deve tentar tirar ao Rei da Espanha a Terra do Brasil. Amsterdam, 1624. In: Os holandeses no Brasil (Documentos Históricos I). Tradução de Rev. Pde. Fr. Agostinho Keijzers, O. C. e José Honório Rodrigues. Rio de Janeiro: Instituto do Açúcar e do Álcool, 1942.
MONTEIRO, John. O sertanismo e a criação de uma força de trabalho. In: Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
MONTEIRO, John. Os anos finais da escravidão indígena”. In: Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
MOREIRA, Vânia Maria Losada. Povos indígenas e novas experiências urbanas na América portuguesa: reformismo pombalino, participação política e pesquisa em rede colaborativa. Espaço Ameríndio. Porto Alegre. V. 17, n.1, 2023. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-6524.130782
NASCIMENTO, Rômulo L. X. do. O desconforto da governabilidade: aspectos da administração no Brasil Holandês (1630-1644). 319 p. Tese (Doutorado) - UFF, 2008.
NETSCHER, P.M. Os holandeses no Brasil: notícia histórica dos países-baixos e do Brasil no século XVII. Vol. 220. Biblioteca Pedagógica Brasileira. São Paulo: Brasiliana, 1942.
OLIVEIRA, João Pacheco de. Uma etnologia dos “índios misturados”? Situação colonial, territorialização e fluxos culturais. In: O nascimento do Brasil e outros ensaios: “pacificação”, regime tutelar e formação de alteridades. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2016.
OLIVEIRA, João Pacheco de.; QUINTERO, P. Para uma antropologia histórica dos povos indígenas: reflexões críticas e perspectivas. Horizontes Antropológicos, v. 58, 2020.
O Brasil Abandonado. Revista do Instituto Histórico e Geographico Brazileiro. Tomo LXX, parte 1. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1908.
PUDSEY, Cuthbert. Diário de uma estada no Brasil. In: FERRÃO, Cristina; SOARES, José Paulo Monteiro. Brasil Holandês. Vol. III. Petrópolis: Editora Index, 2001.
PUNTONI, Pedro. O tráfico negreiro entra na disputa. In: História Viva. Temas brasileiros: Brasil Holandês. Edição especial temática nº 6. São Paulo: Ediouro, [s/d].
ROSÁRIO, Adalgisa Maria Vieira do. O Brasil filipino no período holandês. 1. ed. – São Paulo: Moderna, 1980.
SCHALKWIJK, Frans Leonard. Índios evangélicos no Brasil Holandês. In: GALINDO. Marcos (Org.). Viver e Morrer no Brasil Holandês. Recife: Fundação Joaquim Nabuco. Editora Massangana, 2007.
SILVA, Alberto da Costa e. A África explicada aos meus filhos. 2ª ed. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2013.
SILVA, Leonardo Dantas. Holandeses em Pernambuco (1630-1654) - 2ª ed. Recife: Caleidoscópio, 2011.
SILVA, Leonardo Dantas, Alguns documentos para história da escravidão. Recife: Fundaj, Editora Massangana, 1988.
SILVA, Roberval Santos da. (Org.). Contribuição para a história da presença holandesa em Alagoas (1632-1645). Eduneal: Arapiraca, 2021.
SILVA, Roberval Santos da. Economia e Poder entre Pernambuco e Alagoas durante o Brasil holandês. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Vol. 53 – Maceió: CBA Editora, 2023.
VAINFAS, Ronaldo. Jerusalém Colonial: judeus portugueses no Brasil holandês. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
VERGER, Pierre. Fluxo e refluxo do tráfico de escravos entre o Golfo do Benin e a Bahia de Todos os Santos: dos séculos XVII a XIX. Tradução Tasso Gadzanis – 4ª edição. rev. – Salvador: Corrupio, 2002.
WATJEN, Herman Julius Eduard. O domínio colonial holandês no Brasil (trad. de Pedro Celso Uchôa Cavalcanti), São Paulo: Ed. Nacional, 1938.