POPULAÇÕES EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE E OS DESAFIOS ENFRENTADOS NA BUSCA POR ATENÇÃO INTEGRAL EM SAÚDE
DOI:
https://doi.org/10.56238/levv16n54-099Palavras-chave:
Atenção Integral à Saúde, Populações Vulneráveis, Vulnerabilidade SocialResumo
O presente estudo analisou os desafios enfrentados por populações em situação de vulnerabilidade na busca pela atenção integral em saúde, com foco nas barreiras estruturais, sociais e institucionais que comprometem o acesso equitativo aos serviços públicos. O objetivo central foi compreender como os determinantes sociais influenciam o adoecimento e a efetividade das políticas públicas, identificando estratégias para fortalecer a equidade e a integralidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Metodologicamente, trata-se de uma revisão narrativa de literatura, de caráter descritivo e analítico, realizada entre janeiro e novembro de 2025, a partir das bases PubMed, SciELO, BVS, Web of Science e Google Acadêmico. Foram incluídos estudos publicados entre 2017 e 2025 que abordassem grupos vulneráveis como pessoas em situação de rua, privadas de liberdade, indígenas, imigrantes, profissionais da saúde e indivíduos vivendo com HIV/AIDS. Os resultados apontaram que a vulnerabilidade é um fenômeno multidimensional que ultrapassa o campo biomédico, manifestando-se em dimensões políticas, econômicas, culturais e simbólicas. A análise dos sete estudos incluídos evidenciou que a Atenção Primária à Saúde (APS) é o eixo central na promoção da equidade e no enfrentamento das desigualdades, mas enfrenta limitações estruturais e de gestão. Observou-se que o subfinanciamento, o estigma social e a ausência de articulação intersetorial são fatores que perpetuam a exclusão e comprometem a efetividade das políticas públicas. Conclui-se que o fortalecimento da APS, a formação continuada dos profissionais e o investimento em políticas intersetoriais são fundamentais para a efetivação do princípio da integralidade. Recomenda-se, ainda, a ampliação de estudos e estratégias voltadas à promoção da cidadania e ao enfrentamento das iniquidades em saúde, reafirmando o compromisso ético e político com a universalidade e a dignidade humana.
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