MUSICOTERAPIA, IMPROVISAÇÃO E ESCUTA: UM ESTUDO SOBRE PRÁTICAS CRIATIVAS CENTRADAS NO SOM

Autores

  • Paulo Bruno de Andrade Braga Author
  • Elvis de Azevedo Matos Author
  • Álvaro Madeiro Leite Author

DOI:

https://doi.org/10.56238/levv16n53-083

Palavras-chave:

Musicoterapia, Improvisação Musical, Orientação Musicocentrada

Resumo

Este artigo apresenta reflexões e resultados de uma pesquisa conduzida com o Coletivo Sonus, grupo composto por seis musicoterapeutas que, ao longo de 2024, reuniram-se mensalmente para realizar práticas de improvisação musical livre seguidas de debates reflexivos. Teoricamente fundamentado na orientação musicocentrada, em autores como Nordoff e Robbins (1977), Zuckerkandl (1973) e Rudolf Steiner (2012), o estudo articula os conceito de experiência (Bondía, 2022) e de criatividade musical (Schafer, 2011). O estudo investigou as percepções e transformações subjetivas dos participantes ao vivenciarem a improvisação como fenômeno relacional e terapêutico. Os dados foram coletados por meio de gravações e transcrições das discussões realizadas em grupo focal, e analisados segundo a técnica de análise de conteúdo (Bardin, 2011). A análise revelou quatro categorias temáticas centrais: (a) senso de liberdade criativa; (b) superação lúdica do erro; (c) audição acurada; e (d) consciência sobre si. Os resultados apontam para a expansão da compreensão musical dos participantes, para a superação de paradigmas estéticos hegemônicos e para o fortalecimento dos processos terapêuticos mediados pelo som através da improvisação. A prática improvisacional revelou-se espaço privilegiado para a realização de experiências significativas, nas quais escuta, criação e subjetividade se entrelaçam, contribuindo para o aprofundamento clínico e formativo em musicoterapia.

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Referências

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Publicado

2025-10-22

Como Citar

BRAGA, Paulo Bruno de Andrade; MATOS, Elvis de Azevedo; LEITE, Álvaro Madeiro. MUSICOTERAPIA, IMPROVISAÇÃO E ESCUTA: UM ESTUDO SOBRE PRÁTICAS CRIATIVAS CENTRADAS NO SOM. LUMEN ET VIRTUS, [S. l.], v. 16, n. 53, p. e9145, 2025. DOI: 10.56238/levv16n53-083. Disponível em: https://periodicos.newsciencepubl.com/LEV/article/view/9145. Acesso em: 5 dez. 2025.